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Capítulo III - ECLESIA NA VERSÃO "DOS SETENTA"

ECLESIA NA VERSÃO "DOS SETENTA"

Determinar o significado da palavra eclesia no Novo Testamento é importante no estudo do seu contexto no grego clássico e na versão dos Setenta. A versão dos Setenta esteve em uso durante os tempos do Novo Testamento e os escritores do Novo Testamento que usavam a palavra, talvez fossem influenciados de algum modo pelo uso da versão dos Setenta. Talvez a melhor maneira de examinar a palavra nesta versão é dar os resultados dos estudos dos três eruditos no assunto. Resumiremos seus achados e acrescentaremos alguma informação que observamos em nosso próprio estudo.

Na versão dos Setenta "eclesia" é usada quase que cem vezes. Ela traduz a palavra hebraica "qahal" que significa assembléia ou congregação. No hebreu há duas palavras usadas para a reunião do povo de Israel: ‘edhah’ e ‘qahal’. Hort diz:

Nenhum dos dois termos hebreus eram estritamente técnicos: os dois, ás vezes, eram aplicados a tipos muito diferentes de reuniões ou ajuntamento de pessoas, apesar de que qahal teve sempre uma referência humana de algum tipo; reunião de indivíduos ou de nações. As duas palavras coincidiam tanto no significado, que em muitos casos podiam ser aparentemente usadas sem diferença, mas no primeiro exemplo, não eram estritamente sinônimas. Na língua hebraica, ‘Edhah’ (derivada de uma raiz y’dh usada no Niphal = (forma de conjugação dos verbos na língua hebraica)*, com o sentido de reunir, especialmente em reunir para consulta ou acordo é correta, quando aplicada a Israel, à própria sociedade, formada pelos filhos de Israel ou seus cabeças representativos, quer reunidos ou não. Por outro lado "qahal" é corretamente a reunião em si: por isso temos poucas vezes a frase, "qahal ‘edhah" - a assembléia da congregação (Op. Cit.)

Eclesia nunca traduz a palavra hebraica ‘edhah, a qual Hort diz poder ser "Israel quer reunido ou não", mas traduz qahal, que significa assembléia.

Dana diz, falando sobre a versão dos Setenta: "Nela eclesia foi usada para traduzir a palavra hebraica qahal que significa uma assembléia, convocação ou congregação" (H. E. Dana, Op. Cit.).

Dana nota seis variações na versão dos Setentas, no modo como eclesia é usada.

(1) É usada cinco vezes para indicar simplesmente uma agregação de indivíduos, sem referência a qualquer caracter religioso específico ... (2) Treze vezes se refere a um grupo reunido para um propósito especial ... (3) Em vinte e seis exemplos a referência é a uma assembléia em uma localidade particular, para propósitos religiosos, geralmente para adoração ... (4) É claro que a ocorrência mais freqüente do termo é para denotar uma reunião formal de todo povo de Israel, na presença de Jeová, sentido no qual é usada trinta e seis vezes ... (5) Em sete lugares a palavra designa todo Israel em um sentido ideal, como a possessão peculiar de Jeová. Não séria correto dizer que este uso reflete "o Israel espiritual", pois significa indubitavelmente a nação literal; nem pode ser propriamente descrito como a "Igreja Hebraica", pois era uma nação e não um corpo eclesiástico. É usada para descrever certas barreiras que preveniam alguém de se tornar um participante nos privilégios do povo escolhido de Deus, embora nenhuma assembléia particular do povo de Deus esteja em mente, como em Deuteronômio 23:3: "Nenhum amonita, nem moabita entrará na congregação do Senhor". (Ver também Lamentações 1:10). Está claro que se refere a um princípio geral, a aplicação real da qual séria literal do povo num tempo e lugar definidos. O Velho Testamento e a literatura judaica em nenhum lugar usam eclesia onde possa ser exatamente imaginada como "Israel espiritual" ... (6) Finalmente podemos fazer uma observação separada às nove referências nas quais o termo é aplicado ao resto dos fiéis em Israel que voltaram do exílio da Babilônia (Op. Cit.).

Dana conclui seu estudo sobre eclesia na versão dos Setenta com estas palavras:

Há três fatos sobre o uso de eclesia na versão dos Setenta, e o uso no Velho Testamento de "qahal", que são importantes para nós num estudo sobre igreja: (1) Nunca é examinado como um fato espiritual, independente de limitações de tempo e espaço. (2) A assembléia (eclesia) de Israel como uma possessão peculiar de Jeová foi planejada como uma concepção ideal, mas tendo só seu complemento literal numa reunião definida de pessoas. (3) A palavra veio, especialmente, no período interbíblico, para denotar uma reunião local para propósitos de adoração. (Op. Cit.).

B. H. Carroll responde às perguntas feitas a ele a respeito de seu estudo neste assunto com as seguintes citações:

"Como a eclesia na versão dos Setenta traduz a palavra hebraica "qahal", isto não significa "todo Israel, quer reunido ou não?"
Minha réplica é que não vejo como esta pergunta tenha sido formulada em qualquer mente, através de um estudo pessoal e indutivo de todas as passagens da versão dos Setenta, já que em cada exemplo dos 114 citados a palavra significa uma reunião - uma assembléia.

Vocês podem ver por si mesmos, pelo contexto de sua versão em português. O uso da versão dos Setenta é tão solidamente uma só coisa como a falange macedônica (B. H. Carroll, Eclesia - A Igreja). #

Mas outra pergunta é: "Algumas destas passagens da versão dos Setenta não justificam o significado de não reunidos?" Enquanto aceitei idéias Pedobatistas pensava assim, mas nunca mais, desde que examinei o assunto por mim mesmo, não sei agora nem mesmo da existência de tal passagem (Op. Cit.).

Carroll também aponta como uma confirmação de suas conclusões, que na versão Revista, a palavra hebraica é traduzida assembléia ou congregação em cada lugar onde a versão dos Setenta usou a palavra eclesia.

Antes de terminar este capítulo deve ser notado que alguns tem dito que qahal, ás vezes, significa todo povo israelita. Se esta é uma interpretação verdadeira ou não, não podemos dizer, mas podemos afirmar que quando tentam dar este significado amplo a eclesia, porque é usada para traduzir qahal, cometem um erro. Thomas diz a respeito deste assunto:

Foi por isso, inversa e mais ilogicamente deduzido que, já que qahal, ás vezes, significa todo povo israelita e é traduzida por eclesia, portanto eclesia deve sempre assumir esta amplitude de significado. A referência aos Setenta mostrará, contudo, que os tradutores gregos do Velho Testamento em vez de encorajarem tal implicação, a têm cuidadosamente evitado. Pois quando qahal tem o sentido amplo nunca é traduzida por eclesia, mas por outra palavra grega (Jesse B. Thomas, Op. Cit.).

Depois de examinar pessoalmente cada lugar onde eclesia ocorre na versão dos Setenta estou convencido de que a palavra retém o mesmo significado básico que tem no grego clássico, de assembléia, em cada lugar. O uso na maioria dos lugares é muito claro, de que assembléia é o significado da palavra. Em Deuteronômio é usada para se referir ao tempo em que o povo se reuniu diante do Monte Sinai e ouviu os Dez Mandamentos; quando Josué reuniu a nação da terra prometida para ler a lei ao povo israelita; quando Salomão fez a oração de dedicação do templo e o povo estava reunido diante dele, e muitas outras vezes onde o contexto é tão claro que ninguém se atreveria a pensar de modo diferente. Os poucos lugares em que pode ser questionada faz bom sentido de acordo com seu significado comum, tal fato resolvendo o assunto. Um princípio aceito por todos os eruditos é que o significado que mais prevalece de uma palavra deve continuar em cada lugar, enquanto fizer bom sentido. Um significado novo ou raro não pode ser admitido, mesmo que mostre fazer bom sentido num lugar em particular, enquanto o significado predominante couber no contexto.

Nossa conclusão depois de estudar os usos da palavra classicamente e na versão dos Setenta é que todos os exemplos conhecidos da palavra nestas fontes dão voto unânime de que ela significa assembléia. Esta conclusão não é necessária para provar as conclusões no resto desta tese. O único ponto que deve ser enfatizado, e que cremos que todos os eruditos admitem, é que a palavra eclesia no grego clássico e na versão dos Setenta tem o significado de assembléia em todos, ou quase todos, os casos.

EXPLICAÇÃO DOS SÍMBOLOS
(#) - Título do livro - traduzido
(*) - Acrescentado para esclarecimento
(?) - Exemplo irrelevante. Omitido, pois não pode ser traduzido em português com um significado coerente.
(?) - Nota do editor. Pode referir-se ou ser comparado com a Bíblia Corrigida (João Ferreira de Almeida) à tradução do rei Tiago, e a Autoridade em português à Americana Padrão.

Autor: Edward Hugh Overbey
Digitação: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos 09-02
Revisão e editoração: Calvin, David and Daniel Gardner 03-03

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