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A Doutrina Bíblica da Eleição I

INTRODUÇÃO

Fui ricamente abençoado pelos escritos do Dr. C. D. Cole. Ele foi um grande pregador doutrinário, com o dom de colocar suas palavras em forma de livros. O irmão Cole está com o Senhor agora. Enquanto em vida ainda viu publicado seu Segundo Volume sobre Pecado, Salvação e Serviço.

Na realidade, morreu lendo o livro.

A Igreja Batista de Bryan Station imprimiu estes livros. O filho dele nos deu permissão de imprimi-los e este é mais um de uma série que esperamos imprimir. A Parte I já foi imprimida antes e a estamos reimprimindo como no original. A Parte II deste livrete está incluída como uma introdução ao mesmo.

Que o Senhor abençoe sua Palavra enquanto for lida por todos aqueles que estudam estas páginas.

Alfred H. Gormley, Pastor: A Igreja Batista de Bryan Station; Lexington, Kentucky, EUA

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO PARTE I

Eleição! Que palavra abençoada! Que doutrina gloriosa! Quem não se regozija ao saber que foi escolhido para uma grande bênção! A eleição é para a salvação - a maior de todas as bênçãos. E é estranho dizer que é uma verdade negligenciada, mesmo por muitos que dizem crer nela. Outros têm um sentimento de repulsa à simples menção desta verdade revelada na Bíblia, que honra a Deus e torna o homem mais humilde. Spurgeon disse: "Parece haver um preconceito arraigado na mente humana contra esta doutrina, e embora a maioria das outras doutrinas seja recebida por crentes professos, algumas com cuidado, outras com prazer, esta parece ser mais comumente negligenciada e rejeitada". Se isto era verdade no tempo de Spurgeon, quanto mais o é em nossos dias. Com respeito a esta doutrina há um abandono alarmante da fé de nossos antepassados batistas. E por falar neste artigo de nossa fé, os batistas chegaram ao ponto de ter um credo calvinista e outro arminiano.

Mas há alguns que amam a doutrina da eleição. Para eles, ela é a base profunda sobre a qual as outras doutrinas da redenção humana são colocadas. E a amam o bastante para pregá-la, mesmo em face a críticas e perseguição. E preferem resignar a seus púlpitos, do que ficarem calados sobre este princípio precioso da fé, uma vez entregue. Mas todos os que amam a doutrina a odiaram um dia, portanto não têm nada de que se vangloriar. Cada homem é um arminiano por natureza. É preciso que o trabalho regenerador do Espírito Santo e da Palavra de Deus, ensinada pelo Espírito, façam uma pessoa amar a doutrina da eleição. Como é profundamente importante que os crentes a aprendam! Para isto devemos conhecer a sabedoria superior de Deus, cujos "pensamentos não são os nossos pensamentos". A Bíblia foi dada para corrigir nosso modo de pensar. O arrependimento é uma mudança de mente como resultado de uma mudança no modo de pensar. Não podemos ir à Bíblia como críticos; ela é quem nos critica. Não podemos ir à Bíblia como se fôssemos infalíveis, mas pela graça, podemos ir humildemente. Que Deus dê graça a cada escritor e leitor, para que possamos ter a atitude de coração certa diante de Deus. A evidência mais real de que uma pessoa é salva, é a atitude certa que ela tem em relação à Palavra de Deus. Caro leitor: Deixe que o escritor o avise contra "fazer pouco" sobre qualquer doutrina da Bíblia.

As doutrinas da graça têm encontrado expressão em dois sistemas de teologia, conhecidos comumente como Calvinismo e Arminianismo. Estes dois sistemas não receberam o nome de seus fundadores, mas foram eles que os popularizaram. O sistema da verdade, conhecido como Calvinismo, foi pregado por Augustinho, no tempo antigo, e antes dele por Cristo e os apóstolos, sendo enfatizado especialmente pelo apóstolo Paulo. O sistema do erro, conhecido como Arminianismo, foi proclamado por Pelágius, no século V. Entre estes dois não há posição mediana; cada homem está de um lado ou de outro, em seu pensamento religioso. Alguns tentam misturar os dois, mas este não é um pensamento correto. Dizer que não somos Calvinistas nem Arminianos é fugir do assunto. O Paulinismo é representado ou pelo Calvinismo ou pelo Arminianismo. O sistema verdadeiro é baseado sobre a verdade da depravação total do homem; o sistema do erro é baseado sobre o dogma romano da vontade própria.

OBSERVAÇÕES GERAIS PARA ACABAR COM O PRECONCEITO

Não há nenhuma doutrina tão vergonhosamente mal representada. A queixa do irmão A. S. Pettie contra os inimigos da depravação total é aplicada aqui com toda justiça, quando ele diz: "De lábios hostis, uma afirmação justa e correta da doutrina, nunca é ouvida". O tratamento que a doutrina da eleição recebe das mãos de seus inimigos é muito parecido com o que os cristãos primitivos receberam dos imperadores romanos. Os cristãos antigos foram muitas vezes vestidos de peles de animais sacrificados, e depois sujeitos ao ataque de animais selvagens ferozes. Do mesmo jeito a doutrina da eleição é vestida com um traje horrível, e exposta ao ridículo e zombaria. Agora vamos tentar despir esta verdade gloriosa do seu traje falso e vicioso, com o qual mãos inimigas a vestiram, e colocar os trajes de santidade e sabedoria.

1. Eleição não é salvação, mas é para a salvação. "Pois que? o que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos", Rom. 11:7; "...por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação"; II Tess. 2:13. Então, se o eleito obtém a salvação, e a eleição é para a salvação, ela deve preceder à salvação. Os homens são salvos quando crêem em Cristo, não quando são eleitos. Roosevelt não foi presidente quando foi eleito, mas quando foi empossado. Não houve só uma eleição, mas uma indução ao cargo. Os eleitos de Deus são induzidos à posição de santidade pela chamada eficaz (o trabalho de vivificação do Espírito Santo), através do qual tornam-se crentes no Evangelho. Veja I Cor. 1:29 e II Tess. 2:13-14.

2. A eleição não é a causa de ninguém ir para o inferno, porque a eleição é para a salvação. Também a eleição não é responsável pela perdição dos pecadores. O PECADO é que manda os homens para o inferno, e todos os homens são pecadores por natureza e prática - totalmente pecadores, à parte da eleição ou não. Isto não quer dizer que porque a eleição é para a salvação, que a não eleição é para a perdição. O PECADO é o elemento que condena na vida do homem. A ELEIÇÃO NÃO PREJUDICA A NINGUÉM.

3. A eleição pertence ao sistema da graça. Nos dias de Paulo houve um remanescente entre os judeus que foi salvo de acordo com a eleição da graça (Rom. 11:5). A atitude dos homens em relação à eleição é o teste final de sua crença na graça. Aqueles que se opõem à eleição não podem consistentemente proclamar que crêem na salvação pela graça. Isto é visto nos credos da cristandade. As denominações que crêem na salvação pelas obras não dão lugar à doutrina da eleição em suas confissões de fé; os que crêem na salvação pela graça, à parte do mérito humano, não falham em incluir eleição em seu credo escrito. Um grupo é encabeçado pelos católicos romanos; o outro grupo pelos batistas.

4. A eleição não impede a salvação de ninguém que queira ser salvo. Mas é preciso fazer uma distinção entre um simples desejo de se escapar ao inferno e o desejo de ser salvo do pecado. O desejo de ser salvo do inferno é natural - ninguém quer ficar queimando. O desejo de ser salvo do pecado é espiritual, e é um resultado da obra convincente do Espírito Santo. E a graça eficaz de Deus é a mãe desse desejo. Representar a eleição dizendo que Deus prepara o banquete do Evangelho, e um homem chega à mesa faminto pelo pão da vida, mas Deus diz: "Não! Isto não é para você, pois não é um dos meus eleitos", é representar mal a Santa Doutrina. Aqui está a verdade: Deus preparou o banquete, mas o fato é que ninguém quer vir à mesa! "E todos à uma começaram a escusar-se". Deus sabia como a natureza caída ia agir, e Ele não perdeu a chance de que Sua mesa ficasse completa, por isso disse a Seus servos que saíssem e os compelissem a vir. Veja Lucas 14:23. Se não fosse pela obra redentora de Cristo, não haveria nenhum banquete do Evangelho; se não fosse pela obra compulsória do Espírito Santo, não haveria nenhum convidado à mesa. Um simples convite não traz ninguém à mesa.

5. A eleição significa que o destino dos homens está nas mãos de Deus. Muitos de nós consideramos como um axioma a afirmação de que o destino de cada homem está em suas próprias mãos. Mas isto é negar o teor inteiro das Escrituras. Em nenhum momento o destino dos santos está em suas mãos, nem antes nem depois de salvos. Meu destino estava em minhas próprias mãos antes da minha salvação? Se estivesse, eu me regenerei e ressuscitei pelo meu próprio poder, de um estado de pecado e morte; sou meu próprio benfeitor e não tenho que agradecer a ninguém, a não ser a mim mesmo por estar vivo e salvo. Que tal pensamento pereça! "Pela graça de Deus sou o que sou". Leia João 1:13, Efésios 2:1-10, II Timóteo 1:9 e Tiago 1:18.

Meu destino está em minhas próprias mãos agora? Então vou me manter salvo ou perder a minha salvação. Mas a Bíblia diz que somos guardados pelo poder de Deus, através da FÉ. I Pedro 1:15, Salmos 37:28, João 10:27-29, Filipenses 1:6 e Hebreus 13:5. Se meu destino não estiver seguro em minhas mãos depois da minha salvação, então como poderia imaginá-lo salvo em minhas próprias mãos antes da minha conversão?

O santo morre, seu corpo é sepultado e se torna pó. O destino dele está ainda em suas mãos? Se estiver, que esperança tem de sair do túmulo com um corpo imortal e incorruptível? Ninguém, mas ninguém mesmo, tem seu destino em suas próprias mãos.

Tal teoria, de que o destino dos santos está ou já esteve em suas mãos, é contrária às próprias leis da natureza e implica que a água pode subir acima do nível de sua fonte; que o homem pode erguer-se até o sótão pelo cadarço do sapato; que o etíope pode mudar sua cor e o leopardo pode tirar suas manchas; que a morte pode gerar a vida; que a evolução é verdade e que Deus é mentiroso. A teoria de que o destino de alguém está em suas mãos gera autoconfiança e justiça própria; a crença que o destino está nas mãos de Deus gera AUTO-ABNEGAÇÃO E FÉ EM DEUS.

6. A eleição permanece firme ou cai com a doutrina da soberania de Deus e depravação do homem. Se Deus é soberano e o homem é depravado, então segue-se uma conseqüência natural, que alguns serão salvos, ou ninguém será salvo, ou todos serão salvos. Os resultados práticos da eleição são que alguns, sim muitos, serão salvos. A eleição não é um plano para salvar só um simples bocadinho de gente. Cristo deu-Se como resgate por muitos. Veja Mateus 20:28 e Apocalipse 5:9. A soberania de Deus envolve Seu prazer, João 5:21 e Mateus 11:25-27; Seu poder, Jó 23:13, Jeremias 32:17 e Mateus 19:26; e Sua misericórdia Rom. 9:18.

7. Os eleitos são manifestados em arrependimento, fé e boas obras. Estas graças, sendo feitas por Deus ao homem, não são as causas, mas as evidências da eleição. Veja I Tessalonicenses 1:3-10, II Pedro 1:5-10, Filipenses 2:12-13 e Lucas 18:7. O homem que não ora, que não se arrepende dos seus pecados e confia em Cristo, e que não se empenha nas boas obras não tem o direito de dizer que é um dos eleitos de Deus.

ALGUNS PONTOS DE VISTA FALSOS EXAMINADOS E REFUTADOS

Muitos crentes professos realmente não têm uma opinião sobre eleição. Eles nem mesmo pensam bastante, nem estudam para ter qualquer opinião sobre ela. Muitos têm pontos de vista errados. Vamos notar alguns deles.

1. O ponto de vista que os homens são eleitos quando crêem. Este ponto de vista é facilmente refutado, porque é contrário tanto ao senso comum, quanto às Escrituras. A eleição é para a salvação, e portanto, deve precedê-la. Não tem sentido falar em eleger um homem para alguma coisa que ele já tem. O homem tem salvação quando crê e portanto a eleição neste ponto não seria necessária. A ELEIÇÃO TEVE LUGAR NA ETERNIDADE: A SALVAÇÃO TEM LUGAR QUANDO O PECADOR CRÊ.

2. O ponto de vista que a eleição pertence só aos judeus. Este ponto de vista tira dos gentios o conforto de Romanos 8:28-29. Além disso, Paulo, que foi um apóstolo aos gentios, diz que ele suportou tudo pelos eleitos, para que eles pudessem obter a salvação, II Timóteo 2:10.

3. O ponto de vista que a eleição teve lugar na eternidade, mas que foi tendo em vista o arrependimento previsto e fé. De acordo com este ponto de vista, Deus, na eternidade, olhou através dos séculos e viu quem ia se arrepender e crer, e estes que Ele viu de antemão foram eleitos para a salvação. Este ponto de vista está correto só em um ponto, que é: a eleição teve lugar na eternidade. Mas está errado quando faz a base da eleição ser algo no pecador, em vez de alguma coisa em Deus. Leia Efésios 1:4-6, onde diz que a eleição e predestinação são "segundo o beneplácito de Sua vontade" e "para louvor e glória de Sua graça". Este ponto de vista, apesar de ser o mais popular entre a maioria dos batistas hoje, está aberto a muitas objeções:

(1) Ele nega o que a Bíblia diz sobre a condição do homem por natureza. A Bíblia não descreve o homem natural como tendo fé, I Coríntios 2:14 e João 3:3. Tanto o arrependimento quanto a fé são dons de Deus, e Ele não viu estas graças em nenhum pecador, à parte do Seu propósito de dar-lhes. "Deus com a Sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados", Atos 5:31. "E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida", Atos 11:18. "Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade", II Timóteo 2:25. Leia também Efésios 2:8-10 e I Coríntios 3:5. A eleição não foi por causa de uma fé prevista, mas por causa da descrença prevista. Não é a eleição dos fiéis de Deus, mas a fé dos eleitos de Deus, se quisermos manter as palavras da Escritura, Tito 1:1.

(2) Ele faz a raça humana diferir por natureza, visto que, a Bíblia diz, que todos nós somos por natureza filhos da ira e todos barro da mesma massa, Efésios 2:3 e Romanos 9:21. Os a homens são diferentes quanto ao novo nascimento, João 3:6.

(3) Ele perverte o significado das Escrituras da palavra "pré-conhecimento". Esta palavra, como está na Bíblia, significa mais do que conhecimentos sobre as pessoas. É o conhecimento das pessoas. Em Romanos 8:29-30 os conhecidos são predestinados à imagem de Cristo, e são chamados, justificados e glorificados. Em I Pedro 1:2 a palavra para "presciência" é a mesma para "conhecido" no vigésimo versículo do mesmo capítulo, onde o significado não pode ser "conhecimento" sobre Cristo. O conhecimento de Deus sobre as pessoas não tem limites, ao passo que Seu conhecimento de pessoas é limitado aos que são realmente salvos e glorificados.

(4) Ele está aberto à objeção mais forte que pode ser feita contra o ponto de vista da Bíblia. Sempre se pergunta: "Se certos homens são eleitos e salvos, então o que adianta pregar aos que não são eleitos? Com igual propriedade podemos perguntar: "Se Deus sabe quem vai se arrepender e crer, então porque pregar àqueles que de acordo com Seu conhecimento não vão se arrepender nem crer?" Será que alguns que Ele sabia que não se arrependeriam nem creriam, vão se arrepender e crer? Se for assim, Ele previu uma mentira.

É esta a fraqueza de muitas missões modernas. Ela está baseada na compaixão pelo perdido e não na obediência ao mandamento de Deus. A inspiração das missões é feita para depender dos resultados práticos do esforço missionário e não no prazer de fazer a vontade de Deus. É o princípio de fazer uma coisa, porque os resultados nos satisfazem.

Se formos fiéis, Deus se agradará com os nossos esforços, mesmo sem resultados. Pense em II Coríntios 2:15-16. A eleição precedente à conversão deles é conhecida só a Deus. Temos que pregar o Evangelho a cada criatura, porque Ele mandou fazer isto. Deus cuidará dos resultados. Veja Isaías 55:11, I Coríntios 3:5-6 e João 6:37-45. Nossa responsabilidade é testemunhar; Deus é quem fará nosso testemunho eficaz.

A DOUTRINA DEFINIDA, EXPLICADA E PROVADA.

O que é eleição, como o termo é usado na Bíblia? Eleição significa uma escolha - selecionar dentro - separar - tomar um e deixar o outro. Se houvesse uma dúzia de maçãs numa cesta e eu tirasse todas elas, não haveria escolha; mas se eu tirar sete e deixar as outras cinco, então houve escolha. A eleição, como é ensinada na Bíblia, significa que Deus fez uma escolha entre os filhos dos homens. No princípio Ele fez Sua escolha sobre certos indivíduos a quem deu Seu Filho, e por quem Cristo morreu como Substituto, e que no tempo certo ouvem o Evangelho e crêem em Cristo para a vida eterna. Vamos ampliar o assunto, fazendo três perguntas muito relativas:

1. QUEM FAZ A ELEIÇÃO? Quem escolhe as pessoas para serem salvas? Se os homens são escolhidos para a salvação, como afirmam as Escrituras, quem fez a escolha? Deve haver uma seleção ou universalismo. A linguagem das Escrituras parece definir peculiarmente em resposta a esta pergunta. Marcos 13:20 fala do ELEITO, a quem Ele ELEGEU, traduzido em nossa versão: "...por causa dos eleitos que Ele escolheu". A palavra eleição está associada com Deus e não com o homem. Deus é quem escolhe. Seu povo são os ESCOLHIDOS e a graça é a fonte. A teologia de que Deus vota a nosso favor, Satanás contra, e que nós damos o voto decisivo é completamente fora dos ensinamentos das Escrituras, e é quase ridícula demais para ser notada. Leia João 15:16, II Tessalonicenses 2:13 e Efésios 1:4.

2. QUANDO A ELEIÇÃO É FEITA? Como resposta somos silenciados pelas Escrituras. Mas a Bíblia responde com clareza total. Em Efésios 1:4 lemos que "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo". A expressão "antes da fundação do mundo" é encontrada em João 17:24, onde fala de amor eterno do Pai pelo Filho, e em I Pedro 1:20, onde se refere à determinação eterna da mente divina, em relação à morte de Cristo. Há muitas expressões semelhantes. Veja Apocalipse 13:8, II Tessalonicenses 2:13 e II Timóteo 1:9. A ELEIÇÃO É ETERNA!

3. POR QUE FOI FEITA A ELEIÇÃO? Ela foi baseada em algo bom no pecador? Então ninguém teria sido eleito, porque não há ninguém bom. A santidade não é a causa, mas o efeito da eleição. Fomos escolhidos, não porque fôssemos santos, mas para que fôssemos santos. Efésios 1:4. Como já vimos antes, a eleição não foi feita tendo em vista arrependimento e fé previstos. A eleição é a causa de arrependimento e fé, e não o efeito destas graças. Dizer que Deus escolheu homens para a salvação porque viu que eles se arrependeriam, creriam e seriam salvos é atribuir tolices ao Deus infinitamente sábio. É como se o presidente assinasse um decreto que o sol deverá nascer amanha, porque ele previu que nascerá; ou como se um escultor escolhesse um pedaço de mármore, porque previu que ele se transformaria na imagem desejada por ele. Desafiamos qualquer arminiano a fazer estas perguntas e conseguir as respostas nas Escrituras.

OBJEÇÕES CONSIDERADAS E RESPONDIDAS

Muitas são as objeções feitas contra esta doutrina. As vezes, os objetores se tornam barulhentos e furiosos. Que pena que tantos destes objetores estejam nas fileiras batistas! Pregar esta doutrina antiquada da nossa fé, como fizeram Bunyan, Fuller, Gill, Spurgeon, Boyce, Broadus, Pendleton, Graves, Jarrel, Carrol, Jeter, Boyce Taylor e uma multidão de outros homens representantes da nossa denominação, é cortejar o tipo mais amargo de oposição. O próprio John Wesley nunca disse palavras mais ásperas contra esta doutrina abençoada de nossa fé, como o fazem alguns "batistas" de hoje. O Arminianismo que descende do papado, tem crescido anormalmente nas duas últimas décadas, como o filho adotivo de um grande grupo de batistas.

1. OBJETA-SE QUE NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO LIMITA A MISERICÓRDIA DE DEUS.

Aqui mesmo criticamos os críticos, porque quem faz esta objeção, limita tanto a misericórdia como o poder de Deus. Ela admite que a misericórdia de Deus é limitada ao crente, e concordamos com isto, mas nega que Deus pode fazer um homem crer, sem forçar-lhe a vontade, assim limitando o poder de Deus. Cremos que Deus pode dar ao homem uma mente sadia, II Timóteo 1:7, fazendo-o disposto no dia do Seu poder. A este ponto devemos enfrentar duas proposições auto-evidentes. Primeira: se Deus está tentando salvar cada membro da raça caída de Adão, e não Se sai bem, então Seu poder é limitado e Ele não é o Senhor Deus Todo-Poderoso. Segunda: se Ele não está tentando salvar cada membro da raça caída, então Sua misericórdia é limitada. Necessariamente teremos que limitar Sua misericórdia ou Seu poder, ou ir de malas e bagagens para a posição Universalista. Mas, antes de fazermos isto, vamos "à lei e ao testemunho" que diz: "Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia?..Logo pois compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer", Romanos 9:15-18. É necessário dizer, para o conforto e esperança de grandes pecadores, que a misericórdia de Deus não é limitada pela condição natural do pecador. Todos os pecadores estão mortos, até que Deus os faça vivos. Ele pode tirar o coração de pedra. Nenhum homem é tão grande pecador que não possa ser salvo. Podemos orar pela salvação do maior dos pecadores com a certeza de que Deus o salvará, se for Sua vontade. "Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; a tudo quanto quer o inclina", Provérbios 21:1. Regozijamo-nos ao dizer como Jeremias que não há nada muito difícil para Deus. Podemos orar pela salvação de nossos entes queridos, com o sentimento do leproso, quando disse: "Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo". Mateus 8:2. Quando Robert Morrison estava quase para ir para a China, um americano incrédulo perguntou-lhe se achava que iria causar alguma impressão nos chineses. A resposta de Morrisson foi: "Não. Mas creio que Deus pode". Esta deve ser nossa confiança e esperança, quando estivermos diante dos pecadores, pregando para eles "CRISTO CRUCIFICADO".

2. OUTRA OBJEÇÃO A ELEIÇÃO É QUE ELA TORNA DEUS INJUSTO.

Esta objeção trai um coração mau. Ela faria o CRIADOR ter obrigação para com a CRIATURA. Ela faz da salvação uma obrigação divina. Ela nega o direito do oleiro sobre o barro da mesma massa, de fazer um vaso para honra e outro para desonra. Pela mesma igualdade de raciocínio, ela faz o governador de um estado soberano, injusto ao perdoar um ou mais homens, a menos que esvazie a prisão e solte todos os prisioneiros. Nesse ponto de vista a eleição está em harmonia com o que até mesmo os arminianos dizem ser próprio e justo para um governador humano. Todos podem ver que um governador, ao perdoar alguns homens não prejudica os outros que não são perdoados. Os que não são perdoados não estão na prisão porque o governador recusou-se a perdoá-los, mas porque eram culpados de um crime contra o estado. Será que Deus não merece tanta soberania quanto o governador de um estado? A salvação, como o perdão, é algo não merecido. Se fosse merecido, então Deus seria injusto, se não a desse a todos os homens.

A salvação não é um assunto de justiça, mas de misericórdia. Não foi o atributo de justiça que levou Deus a providenciar a salvação, mas o atributo da misericórdia. A justiça é simplesmente cada homem receber o que merece. Os que vão para o inferno não vão culpar ninguém, a não ser eles mesmos, enquanto que os que vão para o céu não vão louvar ninguém a não ser a Deus. Leia Romanos 9:22-23.

3. OUTRA VEZ OBJETA-SE QUE NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO É CONTRA A DOUTRINA DO "QUEM QUISER".

Mas o objetor está errado outra vez. Nosso ponto de vista explica e apoia a doutrina do "QUEM QUISER". Sem eleição, o convite a "QUEM QUISER" seria desconsiderado. A doutrina bíblica do "QUEM QUISER" não implica na liberdade nem na habilidade da vontade humana de fazer o bem. A vontade humana é livre, mas esta liberdade está dentro dos limites da natureza humana caída. Ela é livre como a água: a água é livre para descer pela montanha. É livre como o urubu: ele é livre para comer carniça, porque esta é sua natureza. Mas o urubu morreria de fome num campo de trigo. Não é a natureza dele comer o que é limpo; ele se alimenta de carniça, do que está morto. Assim também os pecadores morrem de fome na presença do pão da vida. Nosso Senhor disse: "E não quereis vir a mim para terdes vida", João 5:40. Não é natural para um pecador confiar em Cristo. A salvação através da confiança num Cristo crucificado é uma pedra de tropeço para o judeu e loucura para o grego. Só os chamados, tanto judeus como gregos, é que confiam nela como a sabedoria e poder de Deus. Veja I Coríntios 1:23-24.

Eis aqui uma pessoa morta fisicamente. Ela é livre para se levantar e andar? Num sentido é, pois não está amarrada com correntes! Não há nenhum impedimento externo. Mas noutro sentido, este defunto não é livre. Ele está impedido por sua condição natural. É sua natureza decompor-se e voltar ao pó. Não é natureza da morte o movimenta-se. Eis aqui um morto espiritualmente - um homem morto em ofensas e pecados. Este homem está livre para se arrepender, crer e fazer boas obras? Num sentido, sim. Não há impedimentos externos. Deus não evita, mas oferece motivos através de Sua Santa Palavra. Mas o morto é impedido por sua própria natureza. É necessário haver o milagre do novo nascimento, pois a não ser que o homem nasça de cima, ele não pode ver, nem entrar no reino de Deus, João 3:3-5.

É doloroso para alguns de nós ver nossos irmãos deixarem a fé de nossos antepassados batistas nesse ponto, e se juntarem às fileiras dos católicos romanos e arminianos. Se alguém duvidar desta acusação, faça com que leia o artigo de fé adotado pelos católicos no concílio de Trento (1563). Cito a afirmação sobre a liberdade da vontade humana: "Se alguém afirmar que desde a queda de Adão a liberdade do homem está perdida, que seja maldito!" Mas que pena! Nestes dias, tal espírito não está confinado apenas aos católicos romanos. Horácio Conar faz a seguinte citação de João Calvino: "Os teólogos papistas têm uma distinção geral entre eles, que Deus não elege os homens de acordo com as obras que estão neles, mas que escolhe aqueles que prevê que serão crentes".

O problema real com o objetor não é a eleição; mas é algo mais. Sua objeção real é a depravação total do homem ou incapacidade de fazer o bem. O que posso fazer de melhor aqui é citar Percy W. Heward, de Londres, Inglaterra. Ele diz: "Parece-me que a maioria das objeções à graça soberana de Deus, ao amor eletivo de Deus, são realmente objeções a algo mais, a saber objeções ao fato de que o homem está arruinado. Se sondarmos a superfície, iremos descobrir que há pouca objeção à eleição. Por que deveriam objetar? A eleição não prejudica ninguém. Como pode a escolha de um homem condenado ferir alguém? A objeção real nestes dias não é à eleição, apesar da palavra dar a deixa da triste controvérsia - a objeção real é ao fato que está revelado no Salmo 51, que diz que somos formados na iniqüidade, que nascemos pecadores por natureza, mortos em pecados até que, como lemos referindo-se a Paulo em Gálatas I: "Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim" Ah! queridos amigos, não merecemos nada, a não ser a condenação. Reconheça isto e a eleição é a única esperança. Reconheça que somos pobres pecadores perdidos, mortos em ofensas e pecados, só maus continuamente; reconheça que não há no homem nenhuma faísca natural a ser transformada em chama, mas que os crentes nascem novamente da semente incorruptível que o Senhor coloca; reconheça que se alguém está em Cristo há uma nova criação, porque somos feitura Sua, tendo sido criados em Jesus Cristo, e a eleição será reconhecida imediatamente".

Cada crente verdadeiro, em seus joelhos, assina nosso ponto de vista da eleição. Você não pode orar atribuindo algum crédito a si mesmo. A graça soberana será revelada em oração, mesmo que não seja pregada no púlpito. Nenhum salvo vai se ajoelhar diante de Deus dizendo que é diferente dos não salvos, mas como Paulo ele dirá: "Pela graça de Deus sou o que sou". E ao orar pelos perdidos suplicamos que Deus os convença e converta. Não dependemos da liberdade deles, mas imploramos a Deus para fazer com que sintam a vontade de vir a Cristo, sabendo que quando vierem, Ele não os lançará fora. Veja João 6:37.

Um ministro metodista uma vez foi ouvir um ministro presbiteriano pregar. Após o sermão, o metodista disse ao presbiteriano: "Foi um ótimo sermão arminiano o que pregou hoje". "Foi mesmo", replicou o presbiteriano. "Nós presbiterianos somos ótimos arminianos quando pregamos e vocês, metodistas, são ótimos Calvinistas quando oram". HÁ MAIS VERDADE DO QUE POESIA AQUI!

4. OBJETA-SE TAMBÉM QUE NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO É UMA NOVA DOUTRINA ENTRE OS BATISTAS MISSIONÁRIOS.

O fato é que ela é tão antiquada que quase saiu da moda. A ignorância que se vê em tal afirmação é sem dúvida digna de pena. Para refutá-la, recorremos a duas fontes de informação: (1) Confissões de fé e (2) Afirmações de pastores representantes e escritores.

(a) CONFISSÕES DE FÉ

Os paterinos, de acordo com W. A. Jarrel, recorreram ao texto no capítulo 9 de Romanos, como prova das doutrinas da ELEIÇÃO INCONDICIONAL. Veja o livro da história de Jarrel. Os paterinos foram antigos progenitores dos batistas.

Os valdenses, pelos quais a sucessão da igreja batista deve ser traçada, declararam-se como se segue: "Deus salva da condenação e corrupção aqueles a quem Ele escolheu desde a fundação do mundo, não por uma disposição qualquer, nem fé, nem santidade que previu neles, mas por Sua simples misericórdia em Jesus Cristo, Seu Filho, deixando todos os outros de acordo com a razão irrepreensível de Sua própria livre vontade e justiça". A DATA DESTA CONFISSÃO É 1120.

As confissões de Londres (1689) e a de Filadélfia (1742) dizem o seguinte: "Pelo decreto de Deus, para manifestação de Sua glória, alguns homens e anjos são predestinados ou ordenados a VIDA ETERNA, através de Jesus Cristo, para o louvor de Sua graça gloriosa; outros sendo deixados para agirem em seus pecados para sua justa condenação, para o louvor de Sua justiça gloriosa".

A confissão de New Hampshire (Artigo 9) diz: "Cremos que a eleição é o propósito eterno de Deus, segundo o qual Ele regenera graciosamente, santifica e salva pecadores que, sendo perfeitamente consistente com a livre ação do homem, ela compreende todos os meios em conexão com o fim; que é a manifestação mais gloriosa da bondade soberana de Deus, sendo infinitamente gratuita, sábia, santa e imutável; que exclui completamente a vanglória e promove a humildade, o amor, a oração, o louvor, a confiança em Deus e imitação ativa de Sua misericórdia gratuita; que encoraja o uso dos meios no mais alto grau; que pode ser verificada por seus efeitos em todos os que crêem verdadeiramente no Evangelho; que é a base da segurança cristã e que para verificá-la com respeito a nós mesmos, exige e merece a máxima diligência".

(b) PASTORES REPRESENTANTES E ESCRITORES!

John A. Broadus, antigo presidente do Seminário Teológico Batista da Convenção: "Do lado divino vemos que as Escrituras ensinam uma eleição eterna de homens para a vida eterna, simplesmente vinda da boa vontade de Deus".

A. H. Strong, antigo presidente do Seminário Teológico de Rochester: "A Eleição é o ato eterno de Deus, pelo qual em Sua vontade soberana, e não por causa de nenhum mérito previsto neles, Deus escolhe certo número de pecadores para serem recipientes da graça especial do Seu Espírito e assim serem feitos participantes voluntários da salvação de Cristo".

B. H. Carrol, fundador e 1º presidente do Seminário Batista Sudoeste da Convenção: "Cada um que Deus escolheu em Cristo é atraído pelo Espírito a Cristo. Cada um predestinado é chamado pelo Espírito em tempo, justificado em tempo e será glorificado quando o Senhor vier", Comentários em Romanos.

J. P. Boyce, fundador e 1º presidente do Seminário Teológico Batista da Convenção: "Deus por Seu próprio propósito, desde a eternidade, determinou salvar um número definido da raça humana como indivíduos, não por causa de nenhum mérito nem obras deles, nem de qualquer valor deles para Deus, mas por Sua própria boa vontade".

W. T. Connor, professor de Teologia do Seminário Batista da Convenção, em Fort Worth, Texas: "A doutrina da eleição significa que Deus salva em continuação a um propósito eterno. Isto inclui todas as influências do Evangelho, trabalho do Espírito Santo e assim por diante, que leva o homem a se arrepender dos seus pecados e aceitar Cristo. Acerca da liberdade do homem, a doutrina da eleição não significa que Deus decreta salvar um homem independente de sua vontade. Pelo contrário, significa que Deus propõe guiar um homem de tal maneira que ele livremente aceitará o Evangelho e será salvo".

Pastor J. W. Lee, de Batesville, Miss: "Creio que Deus decretou antes da fundação do mundo, que salvaria certos indivíduos e que estabeleceria todos os meios para efetuar a salvação deles, em Seus termos. Os homens e mulheres não são eleitos porque se arrependem e crêem, mas se arrependem e crêem, porque são eleitos".

A lista acima de batistas bem conhecidos e honrados podemos acrescentar citações de Gill, Gulier, Spurgeon, Bunyan, Pendleton, Mullins, Dargan, Jeter, Eaton, Graves e outros numerosos demais para mencionar. É uma triste verdade que muitos de nossos pastores mantenham eleição como uma opinião particular e nunca a preguem. Pessoalmente conhecemos um número de irmãos que dizem que a eleição é ensinada claramente na Bíblia, mas que não podemos agüentar pregá-la, porque trará problemas às Igrejas. Isto é pior do que se comprometer; é a rendição da verdade. É um espírito que leva os pastores a desagradarem a Deus, a fim de agradarem aos homens. O escritor crê que o silêncio sobre este assunto tem feito mais mal do que uma oposição aberta a ele. Aqueles que se opõem abertamente à eleição, cedo ou tarde, vão se fazer ridículos aos olhos de todos os batistas que amam a Bíblia.

5. OBJETA-SE ALÉM DISSO QUE NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO TORNA OS HOMENS DESCUIDADOS DE SUA VIDA.

Diz-se que a crença na doutrina leva os homens a dizer: "Se sou eleito, serei salvo; se não sou eleito, ficarei perdido, portanto não importa o que creio nem o que faço". A mesma objeção tem sido feita persistentemente contra a doutrina da preservação dos santos. Este é um raciocínio ousado. É colocar a razão humana contra a revelação divina. Ela não dá importância à operação da graça de Deus no coração humano. Se os batistas abandonam a eleição em tal plano, para serem consistentes, terão que abandonar a doutrina da preservação no mesmo plano. A eleição não significa que o eleito será salvo quer creia quer não, nem significa que o não-eleito ficará perdido, sem consideração do quanto possa arrepender-se e crer. O eleito será salvo pelo arrependimento e fé, e os dois são dons de Deus, como já mostramos antes; o não eleito não se arrepende nem crê.

A objeção que estamos considerando agora é simplesmente não verdadeira ao fato real.

Os que crêem na eleição estiveram e ainda estão entre os mais santos. Agustus Toplady desafiou o mundo a produzir um mártir dentre os que negam a eleição. Os puritanos, que foram chamados assim por causa da grande pureza de suas vidas, com poucas exceções (se houver), criam na eleição pessoal, eterna e incondicional, e naturalmente, na segurança de crente. O modernismo, fruto do inferno, está rapidamente aumentando o número de seus aderentes, mas estão vindo das fileiras do Arminianismo. Outros já desafiaram o mundo a achar um só arminiano, ou um só espiritualista, ou um só russelita, ou um só cientista cristão que creia na soberania absoluta de Deus e na doutrina da eleição Sem uma exceção estes horríveis hereges são arminianos. Este é um fato significativo que não deve ser considerado por nós como sem importância.

6. OS OBJETORES DECLARAM QUE NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO DESTRÓI O ESPÍRITO DE MISSÕES.

Eles afirmam corajosamente que se a eleição incondicional deve encontrar aceitação universal entre nós, que devemos deixar de ser um povo missionário. Há uma quantidade enorme de evidências históricas com as quais refutamos esta afirmação. Abaixo de Deus, o pai das missões modernas foi William Carey, um calvinista sincero. Andrew Fuller, 1º secretário da sociedade que mandou Carey à Índia, agarrava-se tenazmente ao nosso ponto de vista da eleição. Isto não destruiu o espírito missionário destes homens. "A prova de que o pudim está gostoso é comê-lo" A crença na eleição não destruiu o espírito missionário em Judson, Spurgeon, Boyce, Eaton, Graves, Carrol e uma hoste de outros lideres batistas. A igreja Murray, a qual o Dr. J. F. Love chamou a maior igreja missionária na terra, ouviu sermões sobre eleição por Boyce Taylor durante quase quarenta anos. As maiores igrejas missionárias entre nós hoje são aquelas que foram purificadas das heresias de James Arminius.

A eleição é a própria base da esperança no esforço missionário. Se tivermos de depender da disposição natural ou vontade de um pecador morto, que odeia a Deus, para responder ao Evangelho, podemos nos desesperar. Mas quando notamos que é o Espírito que vivifica, vamos adiante com o Evangelho da graça de Deus, esperando que Ele faça alguns, pela natureza distantes, a se voltarem para Ele, crendo na salvação da alma. A eleição não determina a extensão das missões, mas o resultado delas. Devemos pregar a toda criatura, por que Deus ordenou, e porque Lhe agrada salvar pecadores pela loucura da pregação. Cremos mais em eleição do que os batistas que no crêem em missões. Cremos que Deus elegeu meios da salvação, tão bem como pessoas para a salvação. Ele não escolheu salvar pecadores à parte do ministério do Evangelho, Romanos 1:16.

A eleição dá firmeza ao Evangelismo, o qual é grandemente necessário hoje. Ela reconhece que os pecadores "criam pela graça", Atos 18:27, e que mesmo que Paulo possa plantar e Apolo regar, mas é Deus quem dá o crescimento. O Arminianismo tem tido seu dia entre os batistas e o que tem feito? Tem dado a nós o poder humano, mas tira de nós o poder de Deus. Tem aumentado o maquinismo, mas diminuído a espiritualidade. Tem enchido nossas igrejas de "Ismaéis", em vez de "Isaques" por seu ministério de "orgulho" e com o método de "quantidade e não qualidade".

Se precisar de apoio adicional na Escritura, leia os seguintes versículos: Salmos 65:4, Atos 13:48, João 6:37, 6:44-45, 17:1-2, Mateus 11:25-26, II Coríntios 12:3, 10:4.

Mensagem oferecida pela
PRIMEIRA IGREJA BATISTA DO JARDIM DAS OLIVEIRAS
Rua Dr. João Maciel Filho, 207: 60.821-500 Fortaleza, CE

Pastor David Zuhars

Autor: C. D. Cole

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