Introdução A doutrina da salvação, na maioria das igrejas e centros de crença existentes hoje, é nebulosa ou, nos casos piores, contraditória. A confusão que existe sobre esta doutrina é tremenda. Tal confusão pode vir por ela tratar muitos tópicos em uma ordem que às vezes é difícil de seguir. Mesmo que o assunto contém aspectos que são impossíveis de entender por completo, convém um estudo sobre este vasto assunto pois quase todos os livros da Bíblia o tratam. O termo teológico deste assunto é soteriologia. Essa doutrina abrange as doutrinas da reprovação, a eleição, a providência, a regeneração, a conversão, a justificação e a santificação entre outras. Também envolve a necessidade de pregação, de arrependimento e de fé. Inclui até as boas obras e a perseverança dos santos. A salvação não é uma doutrina fácil de entender pelo homem. É uma atividade divina em que participam as três pessoas da Trindade agindo no homem. Por ela tratar da obra de Deus que resulta no eterno bem do homem para a glória de Deus somos incentivados a avançar neste assunto com temor e oração para entendê-la na forma que é do agrado de Deus. Que Deus nos guie com entendimento espiritual pelas maravilhas da Sua Palavra no decorrer deste estudo e que Deus nos traz à convicção verdadeira, e, pela Palavra de Deus, nos dá um conhecimento melhor e pessoal de Jesus Cristo (Ef. 1:17-23). O Desígnio da Salvação Pela eternidade passada e pela eternidade futura Deus deseja receber toda a glória de tudo que Ele faz (Êx. 34:14; Is. 42:8; 48:11; Rm. 11:36; I Co. 10:31). Na realidade a ninguém outro, senão a Deus o Todo Poderoso, é devido toda a glória nos céus e na terra. A glória de Deus é a prática dos seres celestiais agora (Sl. 103:20; Is. 6:1-3) e para todo o sempre (Ap. 4:11; 5:12). Essa glória não vem de uma necessidade em Deus pois Ele não necessita de nenhuma coisa (At. 17:25) mas é simplesmente um desejo e direito particular (I Co. 1:26-31; Ef. 2:8-10). A obediência é a forma abençoada por Deus para Ele ser glorificado (Rm. 4:20,21). A obediência desejada é entendida tanto antes do pecado (Gn. 2:16,17) quanto depois (Dt. 10:12,13). Pela obediência da Sua Palavra, Deus é glorificado. Essa observação contínua é o dever de todo o homem (Ec. 12:13). A desobediência da lei de Deus é pecado (I Jo. 3:4; 5:17) e provoca a separação eterna do pecador da presença de Deus (Gn. 2:17; Rm. 6:23). O pecado é uma abominação tamanha justamente por não intentar dar glória a Deus (Nm. 20:12,13; 27:14; Dt. 32:51). O pecado é iniqüidade a Deus e em nenhuma maneira glorioso. Desde o começo da Sua operação com os homens, Deus requer uma obediência explícita. Essa obediência desejada tem o fim de O glorificar. A maldição no jardim do Éden (Gn. 3:14-19, 22-24) foi expressada por causa do homem não colocar o desejo de Deus em primeiro lugar (Gn. 2:17; 3:6). A destruição da terra pela água nos dias de Noé (Gn. 6:5-7) foi anunciada sobre todos os homens por eles servirem a carne, não glorificando a Deus (Mt. 24:38). A história bíblica mostra o povo de Deus sendo castigado repetidas vezes, um castigo que continua até hoje, por adorar outros deuses (Jr. 44:1-10). A condição natural do homem é abominável diante de Deus justamente por ele não ter o temor de Deus diante de seus olhos (Rm. 3:18). A condenação final do homem ímpio será simplesmente por causa do homem não ter Deus nas suas cogitações (Sl. 10:4), desprezar toda a Sua repreensão (Pv. 1:30) e por não se arrependerem dos seus pecados e voltar a dar glória a Deus (Ap. 16:9). Foi dado outro tanto de tormento e pranto à Babilônia por causa de glorificar a si mesmo (Ap. 18:7). Deus nunca dará a glória devida a Ele a outro (Is. 42:8). Ao Deus da glória (At. 7:2), o Pai da glória (Ef. 1:17) é devida toda a glória para todo o sempre (Fp. 4:20; I Tm. 1:17). Quando chegarmos ao assunto da salvação não podemos procurar modificar o desígnio eterno de Deus. Na doutrina da salvação Deus não está procurando dar glória ao homem. Pela salvação tratar dos seres humanos e o estado eterno deles não quer dizer que Deus não deseja receber a glória deste tratamento. A salvação tem o propósito de trazer glória eternamente a Deus, e, essa glória na salvação, é por Jesus Cristo para todo o sempre (Rm. 16:27; II Co. 4:6; I Pe. 5:10). Pelo decorrer deste estudo entenderemos melhor como cada fase da salvação exalta a Cristo desde a eleição que foi feita em Cristo (Ef. 1:3,4) à santificação que traz os eleitos a serem semelhantes a Cristo (I Jo. 3:2). Cristo é a semente incorruptível pela qual os salvos são gerados de novo (I Pe. 1:23-25). Cristo é o caminho sem o qual ninguém vai a Deus (Jo. 14:6). Cristo é a verdade em qual o pecador deve crer para ser salvo (Jo. 3:35,36). Na imagem de Cristo os salvos são transformados (Rm. 8:29) e por Cristo os salvos são conservados (Jd. 1). Os frutos de justiça, são por Jesus Cristo, e, por isso, para a glória e louvor de Deus (Fp. 1:11). Não existe uma operação sequer na salvação que não glorifica Deus pelo Filho unigênito. Não deve ser segredo, tanto na realização da salvação quanto na condenação dos pecadores, Deus é, e sempre será, eternamente glorificado por Cristo (Jo. 5:23; 12:48; II Co. 2:15,16; Fp. 2:5-11). Existem muitos erros nas crenças de muitas igrejas e crentes já neste ponto inicial sobre o propósito da salvação. Muitos querem colocar as bênçãos que o homem recebe pela salvação como sendo os objetivos divinos na salvação. Mesmo que a criação nova feita na salvação é maior e mais gloriosa do que a primeira criação relatada em Gênesis; mesmo que a salvação é de uma condenação horrível; mesmo que pela obra de Cristo na salvação Satanás é vencido e, mesmo que pela salvação moradas celestiais estão sendo feitas no céu, todas estas verdades são resultados da salvação e não os desígnios dela. Muitos confundem o eterno lar, o fruto do Espírito Santo, a vida cristã diante do mundo ou a igreja cheia de alegria como os desígnios da salvação. Mas, o estado final da salvação não deve ser confundido com o objetivo dela, nem os efeitos com as causas. Deus não tem propósito de dar a Sua glória ao outro, inanimado, animado ou mesmo um salvo, mas, somente a Ele (Is. 42:8). Como em tudo que Deus faz, a salvação centra em Deus e em sua glória e não nos benefícios do homem. Os efeitos que a salvação produz não são as causas da salvação ser decretada por Deus na eternidade passada. Se, em nosso entendimento desta maravilhosa doutrina da salvação, a ênfase for colocada de qualquer maneira nas bênçãos que o homem recebe e não na glória de Deus, o nosso entendimento é falho neste respeito e devemos buscar as bênçãos de Deus para que Ele nos endireita para adorarmos a Ele como Ele deseja, em espírito e em verdade (Jo. 4:24). Autor: Pr Calvin Gardner |
Introdução - O Desígnio da Salvação
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