("Papai, Posso Ir ao Show?") Muitos pais e jovens se vêem confrontados com a pergunta—é certo uma pessoa crente frequentar um show de artistas internacionais, ou de qualquer outro “ídolo” nacional ou internacional. Para alguns filhos de Deus, a resposta é um “não” claro. Para outros, especialmente os mais jovens, a solução não é tão óbvia e a falta de concordância certamente tem trazido conflitos para muitos dos nossos lares e reuniões de igreja. “Posso ir ...? Devo fazer...? Me deixa comprar...? Me permita assistir...? Pais e filhos estão se vendo com a difícil tarefa de distinguir o certo do errado num mundo que anuncia a todos que não existem absolutos e que tudo é válido se nos der prazer. Além disto, vivemos numa sociedade transformada pelo “progresso” eletrônico e informático. As nossas famílias vivem cercadas por inúmeras opções de recreação. As regras do passado, para a vida cristã, muitas vezes parecem ultrapassadas ou irrelevantes. Na tentativa de responder às solicitações dos seus filhos, os pais imediatamente constatam que a Bíblia não fala especificamente sobre os shows e discos de ídolos musicais. Ela não faz referência ao humor do Chico Anysio e ao “rock evangélico” do Grupo Katsbarnea. A maioria dos esportes tão “venerados” no nosso Brasil não está citada alí. Não encontramos nas suas páginas, as estrelas esportivas como Ayrton Senna da Fórmula 1, Hortência, do basquete, Giovanne da nossa seleção de volei e Romário do futebol. Também não são mencionadas os filmes nas locadoras de vídeo, os teatros, os clubes, os programas de televisão, os videogames, e as revistas e os livros que nos são oferecidos diariamente. Será então que a Bíblia ainda pode nos guiar na determinação da nossa atitude com relação a estas coisas? O peso destas decisões deve cair sobre cada jovem e não somente sobre os pais. Cada crente tem a responsabilidade de fazer escolhas conscientes. (Freqüentemente, a tendência é de se ressentir das restrições impostas pelos pais. Sentindo-se vítimas dos “caprichos” ou “manias” destes, adotam uma atitude de rebeldia e descontentamento.) Em Romanos 14:12, Paulo afirma, “Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” Ele está comentando o problema de pessoas que estavam tentando determinar o certo e o errado com relação a coisas não claramente explicadas por Deus, na sua revelação. A conclusão dele é importantíssimo! Ele escreve, “Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, é condenado, ... porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.” Dito de maneira positiva, isto significa que os jovens que professam ser filhos de Deus têm que ter certeza absoluta que alguma coisa tem a aprovação de Deus, antes de fazê-la. Enquanto não existir aquela certeza, aquilo permanece sendo pecado. Sempre! Assim sendo, é possível eu pecar fazendo algo que não é pecado em si! Como o jovem, e seus pais, conseguirão escolher os seus divertimentos, sem ofender a Deus? Mesmo que a Bíblia nao fale especificamente sobre as diversões oferecidas aos crentes às vésperas do século XXI, ela possui diretrizes seguras. Os pensamentos que se seguem são endereçados às pessoas que professam serem filhas do Deus vivo. Estes princípios são básicos para nossa compreensão e decisões: A. Deus existe. Ele é a fonte do “bem.” Quem crê nEle sabe que existe o “certo.” Ele nos criou com capacidade e desejo de movimentar, brincar, rir, criar, descobrir, inventar e apreciar, além de trabalhar. B. Satanás existe. Ele é a fonte do “mal”. O que ele nos sugere é o “errado.” Pode se transformar num “Anjo de Luz” e faz de tudo para nos enganar e tornar o pecado atraente. Ele procura conhecer nossas fraquezas e prepara as suas armadilhas. C. A Bíblia é a pura verdade. Contém as diretrizes necessárias para as nossa vidas. Nela encontramos exatamente o que Deus permite (o “certo”) e o que Deus proibe (o “errado”). Vejamos algumas das permissões e proibições da Palavra de Deus: Permissões. Criados à imagem de Deus, temos a sua permissão para “dominar” e “usufruir” “todas as coisas”(—Hb 2:8) Em nossas escolhas, é preciso assegurar que procuremos: 1. Propósito de Vida. Quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.—I Coríntios 10:31 2. Pensamentos disciplinados. ...tudo o que é verdadeiro, ...respeitável, ...justo, ...puro,... amável, ... de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.—Filip 4:8 3. Pureza. ...Deus não nos chamou para a impureza. —I Tess 4:3-7. 4. Presença de Deus no ambiente em que nos encontramos. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. —Provérbios 15:3 5. Piedade. Grande fonte de lucro é a piedade com contentamento.—I Tim 6:6 Proibições. Tudo que é especificamente proíbido por Deus na Sua Palavra, é pecado, e deve ser evitado em nossa vida e nos divertimentos! Nesta categoria encontramos: 1. A Profanação. Evita ... os falatórios ...profanos...—2 Tm 2:16, 17. 2. Palavrões e Palavras Obscenas Despojai-vos de ... linguagem obscena do vosso falar. —Col 3:8 (lembram-se de algum “show” recente que foi destacado pela imprensa, justamente por usar e fazer todos repetirem palavrões?) 3. A Perversidade—Afasta de ti a perversidade dos lábios. —Pv 4:24. 4. Promiscuidade, Prostituição, Pornografia. Não vos enganeis: nem im-puros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, ... herdarão o reino de Deus. —I Co 6:9 Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo o detestarás, e de todo a abominarás, pois é amaldiçoada. —Dt. 7:26 5. Paixões “carnais” No tempo que vos resta na carne já não vivais de acordo com as paixões dos homens; ... em dissoluções, ... orgias, bebedices...—I Pe 4:2,3. 6. Práticas de feitiçaria. Os participantes não herdam o reino de Deus.—Gl 5:20,21. 7. Perigos desnecessários. O vosso corpo é santuário do Espírito Santo.—Filip 1:20 8. Passatempos violentos. O amor não pratica o mal contra o próximo.—Rm 13:9 Confronte sempre os seus divertimentos com as diretrizes acima e peça a ajuda de Deus para fazer as modificações necessárias. Lembre-se, porém, que mesmo que não haja uma proibição específica, nossas ações podem ser erradas em função de certas circunstâncias. Acontece, muitas vezes, que uma opção de lazer poderá ser comprovadamente permitida por Deus, e ainda assim tenha que ser evitada. Em certas circunstâncias, é possível pecar fazendo algo que não é pecado em sí! Paulo escreveu aos Coríntios—Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convém; todas são lícitas, mas nem todas edificam.—I Co 10:23. Em que ocasiões, então, o filho de Deus deve se abster? 1. Persistência de Dúvidas. Será que isto não é mesmo pecado? A nossa responsabilidade é individual. Os crentes que nos cercam podem achar nada demais assistir a um certo espetáculo mas nós mesmos não podemos ir enquanto permanecer qualquer dúvida em nossa mente! ...Aquele que tem dúvidas é condenado, se (fizer).—Rm 14:23 2. Primazia Divina. O meu lazer vai interferir com a minha comunhão com Deus? Quantas vezes não chegamos no fim do dia sem ter gasto um único momento com Deus? No nosso dia a dia, a televisão, o telefone, as fitas de vídeo, as “revistinhas” e os videogames dominam os momentos livres. Será que o tempo para reunir a nossa família para uma leitura bíblica realmente não existe ou será que nós o substituímos?! Corremos atrás das alegrias e felicidade que o mundo nos oferece sem considerar o Criador do gôzo verdadeiro. Ele quer ser considerado e amado em todos os momentos. Alegrai-vos sempre no Senhor!—Filip 4:4. Bem-aventurado o homem (cujo) prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.—Salmo 1:1,2 3. Prioridade ao “Próximo”. Será que vou escandalizar alguém? Ninguém busque o seu próprio interesse; e, sim, o de outrem.—I Co 23,24. Nenhum de nós vive para si mesmo.—Rm 14:7 Isto se aplica a todos que nos cercam, dentro e fora da igreja! Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus—I Co 10:32. Até a nossa influência nas crianças tem que ser considerada—E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que ... fosse lançado no mar!—Mc 9:42 a. O Parecer dos Irmãos. Se um irmão na fé se ofender com o que fazemos, devemos considerá-lo. ...Tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão... Se (ele) se entristece, já não andas segundo o amor ...—Rm 14:13,15 Até a aparência do mal deve ser evitada (I Ts 5:22). b. O Preconceito do Mundo. As pessoas descrentes ao nosso redor nos fiscalizam com base naquilo que acham que a nossa fé nos ensina. Não devemos confundí-los. Se algum dentre os incrédulos ...vos disser—’Isto é coisa sacrificada a ídolo,’ não comais, por causa daquele que vos advertiu....—I Co 10:27, 28. 4. Permissão dos Pais. E se meus pais se opoem? Enquanto moramos ou lidamos diretamente com eles, temos que obedecê-los, com respeito total. Filhos, em tudo obedecei a vossos pais.—Co 3:20. Honra a teu pai e a tua mãe.—Ex 20:12 Declarações como “A vida é minha, fique na sua...!” não têm vez na boca do crente jovem. 5. Participantes. Quem vai estar lá? Uma programação legítima pode se tornar indesejável por causa do mau testemunho daqueles que a promovem ou que dela participam. Que harmonia (pode haver) entre Cristo e o Maligno; ou que união do crente com o incrédulo?—2 Co 6:15,16. Não sejais participantes com eles...—Ef 5:7 6. Preço Proibitivo. Quanto é que vai me custar? O nosso dinheiro vem de Deus. Somos responsáveis pela maneira em que utilizamos cada centavo. Não devemos nunca “adiar” o pagamento de uma dívida ou criar novas dívidas impensadamente por causa de uns momentos de prazer. Roubar para pagar, nem pensar! E aqueles que tem dinheiro “sobrando” tem que se lembrar que devem ser generosos em dar e prontos a repartir.—I Tm 6:18. As carências são tão grandes, no nosso pobre Brasil! 7. Problemas com o Domínio Próprio. Um bom passatempo pode se tornar um vício quando a vontade de fazê-lo predominar sobro o nosso senso de dever, e acaba prejudicando algo ou alguém. Falando da nossa luta contra as tentações, Jesus sugeriu medidas drásticas—Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.—Mt 5:30. A advertência é séria. Temos que nos libertar de tudo que nos atrapalha na nossa vida cristã, usando o domínio próprio ou por afastamento. Uma palavra aos jovens. As escolhas corretas se baseiam no amor—ao nosso querido Pai celestial, aos pais, ao próximo, e a nós próprios. O amor ao seu Deus deve fazer com que os pais zelem pelo comportamento dos filhos. Ao mesmo tempo, porém, eles estão lhes preparando para assumirem iniciativa e responsabilidades independentes. Na hora em que eles observam que este amor está se revelando nas suas atitudes e avaliações, eles vão poder começar a lhes dar a mesma liberdade que eles já têm—liberdade de serem servos uns dos outros, pelo amor!—Gl 5:13. Elizabeth Zekveld Portela e F. Solano Portela Neto - Ó 1993 |
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