PARTE IIA Preparação da MensagemÉ importantíssima. Conta-se o caso de um pregador que, ao subir no púlpito, desculpou-se com essas palavras: "Vão me desculpar por este sermão comprido, que não tive tempo para reduzi-lo". Não vemos a mesma lição neste incidente: Certa vez o então Presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, foi convidado a fazer uma palestra perante uma reunião de um clube cívico e lhe perguntaram quanto tempo ele ia precisar para preparar-se. O Presidente respondeu: "Se o senhor está querendo uma palestra de 10 minutos, eu gostaria de ter duas semanas para preparar; se me permitirem falar 30 minutos, eu posso estar pronto em uma semana; mas se quer que eu vá lá bater o papo uma hora ou duas, é só me chamar uns 5 minutos antes da reunião." Se o irmão quer que suas pregações vão além dum mero "bate-papo", sem rumo e sem nexo, então vai Ter que estudar e preparar bem sua mensagem. 1. A leitura do texto bíblico: 2. O anuncio do assunto: c. O propósito desta parte é colocar a mente dos ouvintes sobre o trilho certo para que saibam do que vai tratar. 3. A introdução: c. Definir termos, se vai usar uma palavra ou frase num sentido que os ouvintes possivelmente não vão compreender. d. Limitar a extensão da sua mensagem, explicando quais aspectos de seu assunto o irmão pretende esclarecer. (Note que a introdução desde o esboço se faz menção da limitação desta obra para abranger somente alguns aspectos práticos do assunto, e portanto, não se deve esperar um tratamento completo de tudo que poderia se incluir aqui.) ESSES LIMITES EVITAM QUE A MENSAGEM SEJA MUITO INDISTINTA OU DESCONTROLADA NA SUA DIREÇÃO. e. A introdução deve ser curta, ocupando só o tempo necessário para alcançar suas finalidades acima. Nada adianta gastar a metade do seu tempo tentando convencer os ouvintes da necessidade de ouvir sua mensagem, e depois não Ter tempo suficiente para apresentar os pontos principais da mensagem. Afinal, a introdução não é o sermão. 4. O corpo da mensagem: b. È composto de: 1). Os pontos os argumentos principais. 2). Os textos, ilustrações, e outras evidencias que suportam estes pontos principais. c. Conforme o tipo de mensagem e o propósito que o irmão quiser alcançar, vai variar a maneira em que se desenvolve a mensagem. 5. A conclusão: a). Pode-se mostrar as vantagens de seguir o curso de ação apresentado e os perigos de rejeitar ou deixar isso para mais tarde. b). Deixe claro o devem fazer. b. Como a introdução, a conclusão deve ser o mais breve possível, sem esquecer as metas a serem alcançadas. 3). Por isso, o irmão vê quão importante é cuidar da maneira em que finda o sermão; que deve subir ao público já sabendo como vai terminar, para não dar no fim a impressão de estar batendo em retirada, como um exército que foge sem planos e sem rumo no fim da batalha. B. Há duas maneiras de compor a mensagem, a ANÁLISE e a SÍNTESE. Há várias sugestões de como pode apresentar esse estudo: b. Por analogia: Como... Assim... Isso serve bem para explicar as parábolas, e pregar sobre incidentes bíblicos que servem como exemplos para nós. EX.: João 9 "O homem cego" – COMO ele era cego de nascença, ASSIM todos são cegos no seu entendimento espiritual; COMO Jesus deu vista para ele, ASSIM, Ele dá vista espiritual aos pecadores; COMO os vizinhos percebera, a diferença no cego curado, ASSIM os outros vão notar a diferença naquele que crê. c. Por divisões no próprio texto: 1). Estudo sobre as palavras, por exemplo, como em Gálatas 5:22e23, ou II Pedro 1:5-7, explicando o significado de cada uma. 2). Note frases repetidas, como em Hebr. 13:5e6: "Ele (Deus) disse:" v.5; "assim ousemos dizer" v.6. Por causa do que Deus falou, nós temos confiança para dizer que não tememos a ninguém. 3). Note as divisões de lógica e as mudanças de assunto num capítulo ou trecho comprido. a). Certas palavras sinalizam essas divisões nos pensamentos do escritor: portanto, porquanto, então, depois, também, porém, mas, todavia, ora, etc. EX.: I Tim. 6:5-19, note quantas vezes ocorrem as palavras "ganho", "rico", "dinheiro", "cobiça". Depois pode escolher o material que serve para comunicar esse ponto principal do seu texto. c). Versos de outras passagens da Bíblia devem servir somente para esclarecer seu texto e não desviar a atenção do trecho a ser esclarecido. 2. A síntese se refere ao método usado para desenvolver uma mensagem cujo propósito é esclarecer um determinado assunto da Bíblia. È um sermão tópico. a. A síntese difere da análise em que o material vem de diversos lugares. 1). Colher os versículos, provas, e idéias que esclarecem seu assunto. 2). Discriminar e classificar os dados, notando os vários aspectos que são apresentados. 3). Sintetizar, isto é, ajuntar o material numa seqüência lógica. c. O seguinte é uma sugestão quanto aos possíveis aspectos que podem ser apresentados. Numa única mensagem, devem escolher só 3, ou 4 no máximo. Pode haver muitas outras possibilidades conforme o assunto.
EX.: Assunto: A Salvação. (1) NOSSA NECESSIDADE da salvação. (2) A FONTE da salvação. (3) COMO OBTER a salvação. Facilmente o irmão vai perceber outras possíveis facetas que poderiam ser apresentadas sobre a salvação. Depois de determinar quais os aspectos que vai esclarecer, o irmão deve alistar os versículos bíblicos que sustentam cada verdade. d. Princípios a seguir para arranjar o material em uma ordem lógica: 1). Ordem cronológica, começo até ao fim, com a história de uma nação ou pessoa. "A fé de Abraão". 2). Da causa ao efeito, por exemplo, num sermão sobre "O crente e sua leitura bíblica" pode mostrar os efeitos que vem de não ler a Bíblia. 3). Ordem espacial, como numa lição sobre o tabernáculo em que se explica o significado dos vários elementos do culto antigo. Começando com a entrada, a mensagem termina no Santíssimo, a parte mais interior. 4). Em princípios gerais a ordem de ser: Do menos importante até o mais importante. 1. O primeiro passo é planejar o assunto, o propósito, e a idéia central. a. AO ESCOLHER O ASSUNTO, lembre-se que esse deve ser: 3). Próprio para os ouvintes e a ocasião. Quando só tem crentes , uma mensagem de exortação ou doutrina; se tem descrente, uma mensagem evangelística, ou um apelo evangelístico ligado à verdade apresentada na mensagem; num culto ao ar livre o sermão deve ser mais breve, mais ao ponto, e tratar dum assunto simples; de fácil explicação e em linguagem bastante ilustrativa (como Jesus nas parábolas), pois quando o ouvinte perde o interesse num culto desses, ele simplesmente vai embora. O sermão próprio para o templo pode ser impróprio para a rua devido às circunstâncias diferentes. Numa ocasião especial , escolha um assunto que aproveita o que os ouvintes já estão pensando – não lute contra as circunstâncias, aproveite-as (Se é culto comemorando aniversário de nascimento, pode falar do novo nascimento; se é aniversário de casamento; lembre que Jesus assistiu a uma festa de casamento, e que haverá as bodas do Cordeiro, e nem todos os homens estarão lá. Outras possibilidades virão a mente do irmão. 4). Logo de início o irmão vai decidir também se sua mensagem vai ser tópica (sobre um assunto), ou textual, e daí vai pensando em passagens que pode usar, e as idéias que servem como argumentos. Para saber quais passagens e idéias vai usar, deve também... b. DETERMINAR O PROPÓSITO da sua mensagem. c). Se são membros da igreja, pode Ter como propósito exortá-los a mais fidelidade no seu testemunho pessoal, a mais zelo no seu estudo da Palavra de Deus, ou a uma maior dedicação no seu sustento material da obra da igreja, etc... 2). Sempre tenha em mente esse propósito enquanto organizar a sua mensagem; e enquanto estiver falando, o irmão deve guardá-lo na mente como alvo da mensagem. c. DETERMINAR A IDÉIA CENTRAL, isto é, AQUELA idéia que o irmão quer que os ouvintes levem para casa. 3). Esta idéia central deve ser uma única idéia, específica e significante. Quando o assunto é grande, escolha somente uma parte ou um aspecto para apresentar, OU lhe para todos os lados do assunto e ache uma idéia central que resume todos os pontos. Neste caso é uma visita geral do assunto, unificada por uma única idéia central. 4). Sendo bem definida, a idéia central evita que fale muito sem dizer nada que sirva para alcançar o seu propósito junto aos ouvintes. 2. A organização é a parte que exige mais tempo. b. O seguinte é uma ordem para organizar a mensagem: (1) Fazer uma lista dos pontos principais, (2) Ajuntar a evidência (os textos), (3) Pôr os pontos e as evidências numa ordem lógica, (4) Fazer um esboço provisório, e (5) Planejar a instrução e a conclusão. a). A Bíblia é a fonte suprema, infalível e indispensável. Cada ponto tem que Ter uma base bíblica para evitar que a mensagem saia da verdade para o erro. b). Ilustrações são muito importantes e podem ser tiradas da vida do dia, como as parábolas de Jesus. O melhor é usar ilustrações que acha nas Escrituras, mas também o jornal, as notícias do dia, a história secular, e a ciência serve como fonte de ilustração que ajuda a explicação da verdade divina. Em todo o caso, a verdade que o irmão pretende ensinar com uma ilustração deve Ter base bíblica. Não faça como um pregador pentecostal que, defendendo a prática de Ter mulheres pregando e pastoreando, usou a ilustração que a mulher pode ser advogada ou até presidente do país! Portanto, tem direito de ser pastora! Boa argumentação, mas a doutrina é anti-bíblica! Sempre deixe claro qual é a lição que deve ser aprendida da ilustração. b). Da causa ao efeito. c). Do pessoal ao impessoal. d). Do problema a solução. e). O importante é que haja alguma ordem lógica que leve os ouvintes de passo em passo para a conclusão que o irmão quer que aceitem. a). Lembrando o propósito da introdução, o pregador pode alcançar esse fim por meio de: 3a). Perguntas que despertam o interesse e a curiosidade dos ouvintes. b). Deixe bem definida a passagem (a transição) da introdução para a mensagem. 3. Agora pode-se fazer o ESBOÇO. Este não é uma prensa, mas um guia, um mapa; por ele, agente sabe onde está, onde já passou e aonde vai. NOTA: Veja como esse esboço segue o formato da introdução, do corpo, e da conclusão. Propósito: (O que quer que os ouvintes façam ou aprendam.) Idéia central: (A idéia central que quer que os ouvintes lembrem.) INTRODUÇÃO: (Anedota, importância para os ouvintes, etc.) (transição aqui, mas não escrita) 1. Ilustração, prova, ou comentário sobre prova A. 2. Outra ilustração, prova, ou comentário sobre prova A. 3. Outra ilustração, prova, ou comentário sobre prova A. B. Outra prova ou argumento que sustenta a 1º idéia Principal. C. Outra prova ou argumento que sustenta a 1º idéia Principal. (transição aqui, resumo, não escrita) A. Resumo rápido B. Apelo que aplica a pregação à vida do ouvinte. Autor: Pastor Edgar Potter |
A Preparação da Mensagem
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