A chamada particular efetivada pelos meios bíblicos tanto invisíveis (a graça e o Espírito Santo) quanto visíveis (a Palavra de Deus, a oração e a vida exemplar) cumpra o desígnio da vontade de Deus naqueles que Ele escolheu: a salvação eterna de uma alma. Os termos bíblicos que descrevem a realização desse acontecimento são várias. Os termos vários descrevem em detalhes maiores como a aquisição da salvação na alma do pecador é realizada. Os termos são: a regeneração, a conversão que inclui o arrependimento e a fé, a justificação, a adoção, a santificação e a glorificação. Não incluímos nesta lista os outros termos associados com a salvação como a eleição ou a predestinação. Não incluímos esses termos por essas obras de Deus não participarem do ato do momento da salvação na alma. A eleição e predestinação verdadeiramente são obras de Deus que precedem o ato da salvação. Contudo, estamos focalizando-nos não naquele que precede a salvação da alma mas as obras de Deus no próprio ato da salvação da alma. Tudo o que já estudamos até este ponto são preparativos "para a salvação" (II Tess 2:13). Agora queremos entrar na realização gloriosa do ato dessa salvação na alma do pecador. Por causa de uma facilidade de confundirem tanto os termos quanto o que eles significam, convém um entendimento particular de cada termo. Procuraremos colocar os termos na ordem lógica que acontecem mesmo que essas obras acontecem simultaneamente na realização da salvação. A Regeneração I Pedro 1:3 No aspecto divino, a regeneração logicamente vem primeira na lista pois sem o pecador possuir uma nova natureza, o homem é impedido de conhecer qualquer outra benção de Deus. É necessário a regeneração ser primeira no processo da realização da salvação pois sem ela ninguém pode entrar no reino de Deus (João 3:3-5). O homem natural é morto nos seus pecados e por isso não entenda nada espiritual (I Cor. 2:14), não deseja nada de Deus (João 3:19; 5:40) e não pode agradar a Deus em nada (Romanos 8:6-8). O homem pecador precisa receber vida espiritual para cumprir as suas responsabilidades declaradas pela Palavra de Deus. Quem é vivificado são os mortos (Efés. 2:1,5; Col. 2:13). Pelo fato de somente os filhos de Deus ter as outras bênçãos de Deus (Romanos 8:16,17; Col. 2:13), a regeneração é primeira. Pontos positivos e negativos que esclarecem a regeneração A regeneração não é eliminação da velha natureza. Pelo pecado habitar na carne, a velha natureza existe enquanto o Cristão possui o tabernáculo de pó chamado o corpo (Romanos 7:14-25; Gal. 5:17). A regeneração é o começo de uma nova natureza. Com a operação da regeneração o Cristão possui uma nova natureza (Col. 3:10,11) no qual o Espírito Santo habita (I Cor. 6:19). Esta nova natureza é chamada o homem interior e tem prazer na lei de Deus (Romanos 7:22). A regeneração não é a mera aquisição de filosofias religiosas. O homem inventa filosofias conforme a sua própria mente. As filosofias e vãs sutilezas são segundo as tradições do homem e dos rudimentos do mundo (Col. 2:8; I Pedro 1:18). Por originarem do homem, naturalmente invalidam os mandamentos de Deus (Mat. 15:3-6). As filosofias religiosas do homem são vaidades (Atos 14:13-15) e consideradas meras superstições (Atos 17:22,23). A regeneração é a aquisição de uma nova natureza criada por Deus em Cristo. A nova natureza que é adquirida na regeneração renova-se em santidade e justiça dia a dia para ser mais como Cristo (Romanos 8:29; Col. 3:10,11; Tito 3:5-7). A regeneração não é um processo longo que vai aperfeiçoando o homem com meios humanos e eclesiásticos até uma provável aceitação diante de Deus. A regeneração é um ato instantâneo de Deus pelo Espírito Santo na alma do elegido (João 1:13; 3:8). Essa obra purifica a alma completamente pela verdade de Jesus Cristo (II Pedro 1:2-4). Este ato instantâneo capacita o elegido a entender, desejar e obedecer a Palavra de Deus em arrependimento e fé. A Conversão I Tess 1:9 A Conversão definida: "Conversão é aquela mudança voluntária na mente do pecador em que ele se vira do pecado de um lado, e para Cristo, doutro lado. O elemento primário e negativo da conversão, nomeadamente, virar-se do pecado, denominamos arrependimento. O elemento da conversão, último e positivo, nomeadamente virar-se para Cristo, denominamos fé." (A. H. Strong, em Systematic Theology, página 460, citado por T. P. Simmons, Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica, p. 335). Podemos dizer que existe uma conversão inicial e único no eleito regenerado que resulta na sua justificação diante de Deus (Isaías 6:10; Mat. 18:3; Atos 3:19), e que existe uma conversão subsequente e constante no eleito regenerado que resulta na sua santificação diante dos homens (Luc. 22:32; I João 1:9; Tiago 5:20). No aspecto humano e também lógico, a conversão, que inclui o arrependimento e a fé, segue e é resultante da obra divina de regeneração. A conversão é a primeira manifestação da nova natureza no homem regenerado. Por ser a primeira ação feita do lado humano, alguns preferem dizer que é primeiro na lista de acontecimentos na realização da salvação. Mas, pela conversão ser o resultado de uma obra divina anterior, colocamos a conversão em segundo lugar na lista de acontecimentos lógicos na realização da salvação. A Necessidade da Conversão Seguir a Regeneração
O Arrependimento A manifestação da conversão é pelo o arrependimento e a fé. O arrependimento é uma manifestação da conversão. Porém nem todo o arrependimento é evangélico. Pelo Novo Testamento existem três palavras gregas diferentes traduzidas "arrependimento" em português. Duas dessas palavras não são envolvidas na doutrina da salvação. Somente uma dessas palavras é o arrependimento associado com a salvação. O primeiro desses usos da palavra "arrependimento" é usado no Novo testamento para mostrar imutabilidade (#278, Strong's). Somente duas referências no Novo Testamento usam a palavra arrependimento para significar imutabilidade. Estas referências são II Cor 7:10, "da qual ninguém se arrepende" e Rom 11:29, " os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento". O segundo uso da palavra "arrependimento" é usado no Novo Testamento para mostrar remorso pelas conseqüências do pecado (#3338, Strong's). Existem cinco referências bíblicas do Novo Testamento que usa essa palavra grega traduzida arrependimento. Essas referências são: Mat. 21:29, "Mas depois, arrependendo-se, foi"; Mat. 21:32, "nem depois vos arrependestes para o crer."; Mat. 27:3,"arrependido"; II Cor 7:8, "não me arrependo" , "já me tivesse arrependido"; Heb 7:21,"Jurou o Senhor que, e não se arrependerá". O terceiro uso da palavra "arrependimento" ou é o usado no Novo testamento o para mostrar horror pelo pecado (#3340 e #3341, Strong's). A maioria das referências bíblicas no Novo Testamento (58 vezes) que os a palavra a arrependimento é dessas duas palavras gregas. O significado desse uso evangélico da palavra arrependimento é compunção, compunção, um reverso de decisão, e de pensar diferentemente ou reconsiderar. As referências bíblicas são: (#3340) Mat. 3:2; 4:17; 11:20,21; 12:41; Mar 1:15; 6:12; Luc 13:3,5; 15:7,10: 16:30; 17:3,4, 7, 10; 10:13; 11:32; Atos 2:38; 3:19; 8:22; 17:30; 26:20; II Cor 12:21; Apoc 2:5, 16,21,22; 3:3, 19; 9:20,21; 16:9,11 e (#3341) Mat. 3:8, 11; 9:133; Mar 1:4; 2:127; Luc 3:3,8; 5:32; 15:7; 24:47; Atos 5:31; 11:18; 13:24; 19:4; 20:21; 26:20; Rom 2:4; II Cor 7:9, "contristados para o arrependimento"; 7:10, "a tristeza segundo Deus opera o arrependimento para a salvação"; II Tim 2:25; Heb 6:1,6; 12:17; II Pedro 3:9. Este terceiro uso da palavra a "arrependimento" é o uso evangélico, ou, o arrependimento envolvido na salvação. O arrependimento evangélico é diferenciado dos primeiros dois usos da palavra em três maneiras: o pecado é reconhecido, o pecado a lamentar e aborrecido, e o pecado era abandonado. Esses três elementos se v na salvação de Zaqueu (Luc 19:1-6). Pela pregação da Palavra de Deus o Espírito Santo convença da natureza do pecado o e a sua culpa. O senso evangélico do arrependimento é a entendido quando o pecado é reconhecido. Quando o pecado é visto como rebelião contra Deus , contra a sua santidade, e como uma ofensa a Deus, o senso evangélico do arrependimento é entendido. Quando o pecado é reconhecido o elemento intelectual do arrependimento está em ação (Rom 2:4). A pregação da Palavra de Deus e o Espírito Santo conversa do fim do pecado e impressiona o ou que tal situação contra Deus. O senso evangélico do arrependimento é entendido quando o pecado é lamentado e aborrecido. Quando a tristeza divina do pecado é presente e é lamentada a sua situação dizer fora de Deus o senso evangélico do arrependimento é entendido . Quando o pecado é lamentado e aborrecido o elemento emocional do arrependimento está na ação. A nossa pregação deve incluir a chamada a tristeza pela culpa de ter pecado e ao abandono do pecado (Luc 24:47). O senso evangélico do arrependimento é entendido quando o pecado é abandonado. Nessa fase do arrependimento evangélico a conduta do pecador arrependido muda (Mat. 3:8; Luc 3:8, "obras dignas de arrependimento"; II Cor 7:11). Quando o pecado é abandonado o lado volitivo ou voluntário do arrependimento está em ação. A chamada do evangelho é para uma ação e não particularmente para uma decisão intelectual. Essa ação de abandonar o pecado é baseada na convicção e na obra prévia de Deus no coração do homem pela Palavra de Deus. O arrependimento evangélico é também interno. O arrependimento evangélico a com peça na mente e no coração I e por ser interno na mente as ações evidenciam a mudança (II Tim 2:25,26, "desprender-se dos laços do diabo."). Ou arrependimento evangélico é também um dom de Deus (Atos 5:31, "Deus ... para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados"; 11:18, "Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida"; Rom 2:4, "a benignidade de Deus te leva ao arrependimento"; II Tim 2:24,25). Devemos entender que o arrependimento evangélico, ou aquele que faz parte da salvação, não é penitência. A penitência, segundo os católicos, faz parte do arrependimento. A penitência envolve a punição dos pecados passados pelo jejum e por outros exercícios que possam expressar exteriormente um remorso interno (confissão, rezar, autoflagelação, observar quaresma, etc.). O arrependimento verdadeiro é uma mudança interna que não é imposta por castigos externos. O fruto do arrependimento não é o próprio arrependimento! O fruto do arrependimento verdadeiro é fé na obra suficiente de Cristo no lugar do pecador (Atos 5:31, "o arrependimento e a remissão dos pecados"; 20:21, "a conversão da Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo"; Heb 6:1, fazem parte dos rudimentos da doutrina o arrependimento e a fé em Deus; II Tim 2:25). O sacrifício de Cristo basta para salvar o pecador (Romanos 4:7,8; 10:4, "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."; Heb 10:14, "com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados."; I João 1:7, "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos e purifica de todo o pecado."). Atos temporais do homem nunca podem expiar nenhum pecado (Jó 14:4; Isa. 40:6; 64:6). A Bíblia é silenciosa sobre o homem expiando o seu próprio pecado mas abunda em exemplos de Cristo ser o substituto suficiente pelos pecados (II Cor. 5:21). A Fé "Como a descrença era preeminente do pecado do primeiro Adão assim também a fé é preeminente da redenção pelo segundo Adão. A fé é interligada com cada ação e condição da salvação. É pela fé que os homens entram numa união vital com Cristo, pela fé que são justificados, pela fé que adoram corretamente, pela fé vive o cristão, pela fé que a sua santificação progride e, pela fé ser o meio de vencer o mundo e de ter a esperança no futuro, ela é o meio pelo qual o Cristão torna mais e mais identificado com Cristo no seu reino espiritual agora e no porvir " (Boyce, p. 385). A fé é crença e confiança. É crença pois crê em fatos e em declarações ou a sinceridade de uma pessoa. É confiança pois confia na veracidade do fato, da declaração ou da pessoa. A crença está num fato, numa declaração ou numa pessoa, mas, a confiança evidencia-se em tomar digno aquele fato, declaração ou pessoa como base das ações. O fruto do Espírito Santo que é a fé faz que cremos em Deus por Cristo e confiamos na sua palavra ao ponto que obedecemos ela. Como tudo o que se diz evangélico não é da verdade, também toda e qualquer fé não é a verdadeira. Existem imitações da fé verdadeira. Existe muita fé falsa. Há os que têm a sua fé em espíritos, em idolatria, em filosofias, em sinais, em emoções, em coincidências, na astrologia, etc. A fé verdadeira porém é dom de Deus (Efés. 2:8,9), pelo Espírito Santo (Gal. 5:22) e é única (Efés. 4:5). As imitações da fé verdadeira incluem a fé histórica, a fé intelectual, a fé implícita , e a fé temporária. Para melhorar nosso entendimento desse fruto do Espírito Santo queremos examinar um pouquinho as imitações da fé verdadeira. A fé histórica é uma a simples crença que existiu um homem chamado Cristo o passado. Os demônios crêem em Deus, sabem que ele existiu e existe, mas esta crença não é salvadora (Tiago 2:19) pois não tem confiança nos fatos. Em Atos 8:13-24 temos o caso de Simão, o mágico. Ele creu e foi batizado, mas, com tempo, revelou que não tinha "parte nem sorte nesta palavra" pois o seu coração não era reto diante de Deus. O mesmo pode ser dito der Judas. Um soldado presente na hora da crucificação de Cristo foi empolgado pelos fatos históricos e declarou: "que verdadeiramente este era Filho de Deus" (Mat. 27:54). Esta poderia ser uma declaração baseada somente na fé histórica. Há muitos hoje também que aceitem Cristo como uma pessoa boa na história mas devemos entender que este tipo de fé não tem valor salvador. A fé intelectual é parecida com a fé histórica e com a fé verdadeira. A fé intelectual reconhece que os fatos bíblicos são verdadeiros. A fé intelectual não tem dúvida que Cristo nasceu de uma virgem, era o Filho de Deus, morreu no lugar dos pecadores, ressuscitou, foi ao céu e voltará novamente à terra pois a bíblia manifesta estes fatos e tudo é lógico. As multidões clamava na ocasião da entrada de Cristo em Jerusalém: "Hosana ao filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!" (Mat. 21:1-11). Porém, quando foi crucificado Cristo "todo o povo" disse: "o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos." (Mat. 27:25). Aparentemente a fé da multidão era uma crença intelectual somente, pois, se fosse uma fé verdadeira confiariam em Cristo para a salvação e não pensariam que Ele fosse digna de crucificação. A mesma coisa pode ser dita dos muitos dos judeus que creram nEle em Jerusalém. Tinham uma fé que gostou das palavras de Cristo mas não no significado delas, pois, quando entenderam o que ele quis dizer "pegaram pedras para lhe atirarem" (João 8:30-59). Na hora de Jesus curar, saíam muitos demônios que clamavam: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus." (Luc. 4:41). Porém, apesar da declaração e crença, não foram convertidos estes. É manifestado que eles tinham somente um reconhecimento intelectual e não uma fé verdadeira. A fé implícita é definida melhor pelo ditado, "fé na fé". A fé implícita crê simplesmente para crer. É de crer em algo sem prova nenhuma. Os católicos dizem que a fé deve ser na igreja, ou melhor, simplesmente crer nas suas doutrinas pela autoridade dela mesma e não por causa do reconhecimento de nenhuma verdade (Boyce, p. 389). Seria a mesma coisa dos evangélicos dizerem: "crê na Bíblia somente para a salvação" sem primeiramente ensinar o que ela diz. O cristão verdadeiro não crê em Cristo simplesmente por crer nEle, mas, por Ele ser revelado ao seu coração pelo Espírito Santo e assim, confia na Sua obra, segundo as Escrituras, como tudo suficiente para o tornar aceitável diante de Deus. Os A fé temporária é uma fé enganosa. Essa fé recebe intelectual e alegremente os fatos históricos da verdade. Essa fé entendemos pela parábola do semeador (Mar 4:1-20). É simbolizada pela semente que caiu sobre pedregais (Mar 4:5, 16, 18). A parábola nos ensina que a terra não era boa. Isto quer dizer que este não caiu em um coração regenerado. Com tempo é entendida que essa fé era falsa por ser temporária. Essa fé enganosa é evidenciada por não continuar a confiar em Cristo nem ter uma crescente devoção e serviço a Ele. A fé temporária é manifesta como falsa por não crescer na graça e conhecimento de Cristo. O amor da Palavra de Deus, e a responsabilidade de ouvir Ela pregada e obedece-la logo torna cansativo para os com essa fé traiçoeira. O amor do povo de Deus e a santidade de Deus que pede uma crescente distância do pecado não é uma realidade nos que conhecem apenas essa fé pérfida. A fé verdadeira e salvadora, apesar da mente participar nela, é do coração também (Romanos 10:9,10). É um conhecimento experimental da verdade de Deus e do poder de Cristo. Esta fé não é uma empolgação emocional ou um mero convencimento mental mas é o dom de Deus no coração dos Seus (Mat. 16:16,17; João 6:37, 64-69; Efés. 1:19,20) que leva o Cristão a confiar inteiramente nas Suas palavras para tudo que precisa para ser apresentado o agradável diante de Deus. É manifesta por um arrependimento e repúdio ao pecado e um amor por tudo que agrada o Salvador. A fé verdadeira tem o pai, na qualidade de Deus, como objetivo dela. Crê e confia que Deus é santo e um juiz justo que julgará o mundo por Jesus Cristo (Atos 17:31). Sabe e espera na sua misericórdia e amor manifestos no seu Filho (Romanos 5:8). A fé verdadeira tem na confiança que Deus pode e vai assegurar a salvação final do Seu povo (Fil. 1:6; I Pedro 1:5). A fé verdadeira tem Deus, na qualidade de Pai, o seu alvo. A verdadeira fé descansa no Pai que nos amou primeiro (II Tess 2:16; I João 4:19) e nos adotou como filhos (I João 3:1,2; Romanos 8:17). A fé verdadeira põe a sua confiança no Pai como Aquele que nos deu a graça (Tiago 1:17) e grandíssimas e preciosas promessas (II Pedro 1:4; II Cor. 1:20). A fé verdadeira tem a pessoa e obra de Cristo como o seu alvo. A fé verdadeira tem por certo a divindade de Cristo (Atos 8:37, "creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus") sem esquecer que Cristo também é homem e nos representou completamente levando em Si os nossos pecados na Sua morte para nossa salvação (II Cor. 5:21). A fé verdadeira aceita completamente o desejo amoroso de Cristo que pecadores arrependidos venham a Ele para o seu descanso espiritual (Mat. 11:28-30). A fé verdadeira olha a Cristo (Isaías 45:22; João 3:14,15), venha a Cristo (Isaías 55:1; Mat. 11: 28; João 6:37, 44, 45, 65), ponha o seu refúgio nEle (Hebreus 6:18), come e bebe dEle (João 6:51-58) e recebe Ele (Col. 2:6). A fé verdadeira tem evidências importantes. Essas evidências de uma fé verdadeira incluem a purificação do coração (Atos 15:9, "purificado seus corações pela fé"; Mat. 5:8, "Bem aventurado os limpos de coração"; I Pedro 1:22). O coração onde reside a fé verdadeira se limpa de todos os seus ídolos impuros para servir o Santo (I Tess 1:9, "e como dos ídolos dos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro"); obediência em amor (Gal. 5:6, "à fé que opera pelo amor"). Pela fé verdadeira o cristão agrada Deus, resiste e o diabo e mortifica a carne, tudo isso não como um pesado mandamento mas, pelo amor (I João 5:3, "Porque este é o amor de Deus: que guarda demos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados."); vitoriosa (I João 5:4, "e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé."). Sendo "nascido de Deus" o cristão verdadeiro tem uma mente de iluminada e por isso sabe que o mundo é vã e que as coisa espirituais são as únicas coisas que podem se satisfazer completamente (Lam 3:24). Considerando essas verdades, podemos entender que a fé verdadeira não é uma mera aceitação mental de história ou de fatos importantes. É o fruto do Espírito de Deus (Gal. 5:22) do coração dos Seus. Esta fé não manifesta-se somente em conhecimento intelectual e declarações verbais mas manifesta-se em obras de obediência à Palavra de Deus em amor (Gal. 5:6; Efés. 2:10; Tiago 2:17; I Tess 1:9). Aquele que tem essa fé verdadeira pode declarar de seu coração como Pedro: "Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo." (João 11:27; Mat. 16:16; Mar 8:29); como o eunuco: "creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (Atos 8:37); como Natanael: "Rabi, tu és o Filho de Deus: tu és o Rei de Israel." (João 1:49), e, como Paulo pregava de Cristo que este "é o Filho de Deus" (Atos 9:20). Essa fé verdadeira e salvadora vem pela Palavra de Deus tanto no Velho Testamento (Gal. 3:8; Hebreus 4:2) quanto no Novo Testamento (Romanos 10:11-17). Se conhece essa fé verdadeira, tem muitos motivos para louvar ao Senhor eternamente pois o que Ele começou, aperfeiçoará até o dia perfeito (Fil. 1:6). Temos motivos para perseverar na fé cristã e lutar contra o pecado pois essa fé vence o mundo (I João 5:4). Temos motivo para avançar na causa de Cristo com confiança na obediência, pois Aquele que nos chamou, também fará o que Ele prometeu (Hebreus 10:23; I Tess 5:24; Mat. 16:18). Os que conhecem a fé verdadeira tem uma mensagem viva e transformadora vindo de Deus e não um produto dos homens para pregar com ousadia ao mundo em trevas. Observação: o arrependimento e a fé são graças inseparáveis. Onde uma é mencionada a outra é compreendida. "Quando uma homem é vivificado para a vida, não pode haver um lapso de tempo depois dele arrepender-se, nem pode haver qualquer antes que ele creia. Doutra maneira teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver ordem cronológica em arrependimento e fé." (T.P. Simmons, p. 351). A Justificação Romanos 3:24-26 Por causa do pecador escolhido por Deus ser regenerado, a qual manifestou-se na sua conversão, não existe nada neste pecador o que impede que ele seja declarado judicialmente justo diante de Deus. Quando tratamos da salvação e falamos da parte delas chamada justificação tratamos dessa posição judicial do pecador convertido diante do tribunal divino (Atos 13:38, 39). O significado da justificação é a absolvição de culpa do pecador regenerado e convertido. É a libertação do poder do pecado e da sua condenação pela graça e da vontade de Deus por Cristo (William Rogers). É "o meio pelo qual o pecador é aceito por Deus" (Abraham Booth, Reign of Grace, citado por A. W. Pink). O autor dessa justificação é Deus (Romanos 8:33, "... É Deus quem os justifica."; 3:24-26, "Sua justiça ... para que Ele seja justo e justificador ..."; 1:17; Tiago 1:17, "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes ..."). A obra da justificação é uma obra da trindade. O Pai decretou o meio e o método (Romanos 3:22, "a justiça de Deus"; II Cor. 5:19, "... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; ..."). O Filho é o mediador da justificação (I Cor. 6:11, " ... Mas haveis sido justificados em nome do senhor Jesus ..."Fil. 3:9, "não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo ..."). O Espírito Santo é quem faz a obra de convencer da justiça e de revelar Cristo. Ele traz a fé pela qual o cristão é justificado (I Cor. 6:11, " ... Mas haveis sido justificado ... pelo Espírito do nosso Deus"; João 16:8, "E, quando ele vier, com vencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo."). Observando biblicamente quem é o autor da justificação podemos entender claramente que a justificação não vem de homem algum. Os alvos da justificação são os pecadores. São os condenados que precisam ser declarados justos diante de Deus (Mat. 9:12, 13, "... Não necessitem de médico os sãos, mas, sim, os doentes ... Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento."). O juízo veio sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homem para a justificação de vida (Romanos 5:18). Os que confiam em si mesmos, crendo que são justos pela suas obras de justiça não são os que são verdadeiramente justificados, porém, os que reconhecem o principal dos pecadores (Luc. 18:9-14. "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! ... Este desceu justificado para sua casa ..."; I Tim 1:15, "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal"). Os alvos da justificação são os pecadores que são predestinados e chamados por Deus (Romanos 8:30). Se queremos ser justificados diante de Deus entendemos que não é necessário apresentá-lO a nossa própria justiça ,mas, como pecadores buscar Sua justificação. A natureza dessa justificação é maravilhosa. A justificação do pecador diante do tribunal de Deus não é um processo, como é a chamada para a salvação ou a santificação do cristão diante dos homens. É um ato instantâneo e quando ocorre, está completo. "Não admite graus ou fases" (T. P. Simmons, p. 353). Quando o publicano foi convertido ele desceu para sua casa já justificado (Luc. 18:14). A justificação é eterna. A firmeza da verdade da eternidade da justificação é entendida pela pergunta de Deus, "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica." (Romanos 8:33). Pelo preço da justificação ser paga inteiramente por Cristo "uma vez" (Hebreus 10:10) o cristão resgatado por Cristo "tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5:24). Pela base da condenação do pecador, o pecado, ser eliminada por Cristo, a justificação diante de Deus por Cristo é tida como eterna. A justificação é graciosa. Mesmo que a justificação é revelada exteriormente aos outros mediante as obras (Tiago 2:20-26) a obtenção da justificação diante de Deus nunca é pelas obras de homem algum (Romanos 3:20; 4:2-8; Tito 3:4,5). Então, se não é pelas obras, é pela graça (Romanos 11:6). Deus não deve a salvação ao inimigo dele mas, sim, o juízo. Se Deus quer justificar alguém na base da obra meritória de Cristo isso é um desejo e um ato plenamente movido pela Sua graça. A justificação é pela imputação (Romanos 4:6). A justificação é dada a nós pela obra de um outro ao ponto que nós somos livres de qualquer dívida (Romanos 5:18,19; Fil. 3:8,9; II Cor. 5:21). A justificação é dada pela fé. A fé é um efeito da justificação e não uma causa. Por sermos regenerados, temos o dom do Espírito Santo que é a fé (Gal. 5:22). Por isso confiamos em Cristo como nosso Salvador. A graça vem primeira e causa a fé a operar em nós para nossa justificação (Efés. 2:8). Vendendo então a natureza gloriosa dessa justificação somos incentivados a louvar Deus por uma "tão grande salvação" (Hebreus 2:3). E sendo justificados por uma justificação tão maravilhosa somos incentivados a procurar aplicar-nos "às boas obras" (Tito 3:7,8) para a glória de Deus pelo Salvador. As bênçãos da justificação são múltiplas. Temos a emancipação da culpa e do poder do pecado (I João 1:7; Hebreus 10:12-14; Romanos 8:1; Gal. 3:13). Pela justificação temos a bênção de ter paz com Deus (Isaías 53:5; Romanos 8:1). Por não termos mais a culpa do pecado não é impedido mais a nosso comunhão com Deus e temos plena aceitação da nossa pessoa com Deus e a possibilidade de uma adoração verdadeira (Efés. 1:6; Hebreus 10:19-22; João 4:24). Por sermos absolvidos de culpa somos abençoados na terra e pela eternidade (Romanos 8:28; I Cor. 2:9; Apoc 1:5,6) pois a justificação e a glorificação andam juntos (Romanos 5:8, 10; 8:30). Um resumo (BANCROFT, Elemental Theology, p. 206):
Romanos 8:12-17 "Esta benção da graça é ainda mais grandiosa do que a justificação. Embora um juiz possa absolver totalmente a alguém que esteja sendo acusado de crime, não pode, contudo, conferir ao que foi absolvido nenhum dos privilégios que o filho tem. Mas o crente em Jesus Cristo tem o privilégio de poder considerar Deus não apenas como um juiz e justificador, mas como um Pai amoroso com quem se reconcilia. O problema de como colocar o pecador justificado na família de Deus foi resolvido (Jer. 3:19). Uma vez distante, ele agora é trazido para perto de Deus mediante o sangue de Cristo, e tornado o membro da família de Deus (Efés. 2:13, 19)" - Dagg, p. 220. O significados da adoção. Existe duas maneiras de entender a palavra "adoção". Uma é do ponto de vista do mundo natural, ou seja, alguém que de uma família é desejado e colocado legalmente numa outra. Um exemplo disso é Moisés quando a filha de Faraó o adotou (Êx. 2:10; Hebreus 11:24). Por nós sermos uma vez nos laços do diabo (II Tim 2:26) e por natureza filhos da ira (Efés. 2:3) em qual situação éramos estrangeiros e sem Deus do mundo (Efés. 2:12), pode ser dito que somos, pela obra de Cristo na cruz, e a operação do Espírito Santo em nossos corações com o fruto da fé, tirados de uma família e feitos filhos de Deus legalmente com todas as bênçãos de Cristo (Romanos 8:16,17). Uma outra maneira de entender a adoção é pelo ponto de vista da lei Romana, ou seja, o filho da família Romana séria, numa certa idade, legal e formalmente adotado. Essa cerimônia faz que o filho seja colocado na posição de um filho legítimo e, assim, dado todos os privilégios de um filho. A participação do filho não trouxe ele na família (pois ele já estava na família), mas reconheceu ele como filho diante da lei Romana. Um exemplo disso entendemos pelo escrito de Paulo em Gálatas 4:1-7. Por nós sermos tornados pela regeneração "filhos de Deus" agora, pela adoção, tornarmos legal e formalmente um filho com todas as bênçãos do Pai (Bancroft, p. 240). A adoção é diferente do que a justificação. Muitos acham que a adoção é a mesma coisa da justificação. Existem várias razões que enfatizamos que a adoção é distinta da justificação mesmo que sejam interrelacionados.
A origem da adoção é um dom de amor de Deus àqueles que têm a união com Cristo, o Unigênito filho. A verdade é que a adoção vem, não de qualquer direito de homem algum, mas pelo "beneplácito de Sua vontade", a vontade de Deus (Efés. 1:5). A adoção é merecida somente pela obra de Cristo e dada em amor a todos que venham a Cristo pela fé (João 1:12). A adoção é herdada no começo da carreira cristã quando ainda não há mérito nenhum pelas obras da obediência do cristão (I Cor. 1:26-29). A natureza da adoção é revelada em que ela é uma escolha de Deus a aceitar os que eram estrangeiros e peregrinos "como concidadãos dos santos, e da família de Deus" (Efés. 2:19). A adoção faz que o cristão participa da natureza santa de Cristo, pela união com Seu Próprio Filho (João 17:21-23; II Pedro 1:4, "participantes da natureza divina"). O tempo da adoção é de eternidade a eternidade: A adoção é eterna na sua conceição (Efés. 1: 4,5, "antes da fundação do mundo ... E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo"). A adoção começa literalmente no ato da salvação (João 1:12; Gal. 3:26, "todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus"). A adoção é futuramente eterna pois ela passa pela morte e a transformação do corpo, pela eternidade (Romanos 8:23, "e esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo"; II Cor. 5:10; I João 3:1-3, "agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser"). É entendida que a adoção é eterna pois ela não depende na obra de nenhuma criatura mas completamente na obra santa do Criador (I Cor. 1:30; Romanos 9:11; 11:5,6). As bênçãos de adoção são inúmeras e gloriosas. Por sermos adotados na família de Deus temos: o nome da família (I João 3:1, "chamados filhos de Deus"; Efés. 3:14,15); a identidade da família (Romanos 8:29, "a imagem de seu Filho"); o amor da família (João 13:35, "nisto todos conheceram que sois meus discípulos, se amardes uns aos outros"; I João 3:14); o espírito da família (Romanos 8:15, "recebestes o Espírito de adoção de filhos"; Gal. 4:6), e, a responsabilidade da família (João 14:23, 24, "Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra"; João 15:8). Outras bênçãos ainda poderiam ser listadas, quais são:
Concluindo o estudo entendemos como a adoção é graciosa e gloriosa. Tanto mais que estudamos o assunto da salvação percebemos melhor do grande amor que tem nos concedido o Pai que fôssemos chamados filhos de Deus (I João 3:1). Os que têm tais bênçãos, tanto pelo conhecimento delas quanto pela operação da nova natureza, estarão incentivados a serem puros como Aquele que os chamou a tais bênçãos é puro (I João 3:3, qualquer e que nele têm nesta esperança purifica si a si mesmo, como também ele é puro"). As bênçãos dadas pela adoção são muito além de um dever seco de uma religião com cerimônias, tradições, filosofias ou emoções esforçadas. Essas qualidades não têm nenhuma posição abençoada para com Deus pois dependem das ações e intenções do homem e nem um pouco na obra graciosa de Cristo. Se você se acha somente religiosa o aviso é: deixe as suas obras de justiça que procuram ganhar a graça e a misericórdia de Deus. Lança-se aos pés de Deus clamando pela salvação dEle que vem somente por Cristo em amor e confiar naquela salvação que é completa nEle. A Santificação Hebreus 12:14 O que significa A palavra "santificar", como usada na Bíblia, significa principalmente de separar algo para um uso especial. Um exemplo disso é a santificação do sábado, uma separação do sétimo dia dos demais dias da semana para um propósito especial (Êx. 20:8-11; Deut 5:12-15). Mas a santificação não é apenas uma separação. Significa também uma separação para a santidade (Núm. 6:5-8; Hebreus 7:26; II Tim 2:19-21). A palavra "santificação" também tem a idéia de purificação ou de uma lavagem (Hebreus 9:13-14; Efés. 5:26). O léxico de Thayer?s consta o significado da palavra "significar": dar o reconhecer por venerável, honrar, separar de coisas profanas e dedicar-se a Deus; consagrar; purificar (Simmons, p. 361). Como o pecado nos culpou e nos sujou na nossa natureza, Deus, por Cristo, na salvação nos justifica, tirando a culpa; nos adota, oficializando nossa posição de filho; e nos santifica, nos dando uma natureza santa (Romanos 5:17; 6:19). A justificação tira a nossa culpa legal diante de Deus. A adoção nos dá uma relação familiar. A santificação nos faz andar moralmente limpos diante de Deus e dos homens. Na justificação recebemos o título da inocência. Na adoção é dado o título da nossa herança. Na santificação somos feitos capazes a desfrutar e usufruir daquela herança (Fil. 4:13; I Cor. 1:30; 6:11; I João 1:9). Definindo melhor, a santificação é aquela operação que muda o nosso caráter e a nossa conduta. Ela opera em nós um amor à Deus, uma capacidade para adorá-lo corretamente e nos qualifica para gozar o céu. A santificação faz que sejamos feitos na imagem de Cristo, o propósito da salvação (Romanos 8:29). O tempo da santificação A santificação é tanto imediata quanto um processo. A santificação é imediata quando focalizamos na posição do cristão, pela salvação, diante de Deus. A santificação é um processo quando consideramos a posição do cristão, pela salvação, diante dos homens. Queremos tratar do tempo da santificação primeiramente diante de Deus. Diante de Deus Na hora da salvação, o regenerado, que mostra a sua nova vida pela conversão, é justificado diante do juiz e adotado na família de Deus. Imediatamente e eternamente é lavado de todo seu pecado. Essa santificação e imediata é entendida em duas maneiras. Primeiramente o cristão, pela santificação, é legalmente puro. Cristo é a nossa santificação legal (I Cor. 1:30, "Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção:"). Cristo se entregou a si mesmo para purificar os seus (Efés. 5:25,26, "... Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,"). Por causa de Cristo entregar o seu próprio corpo para os pecadores arrependidos, os crentes são santificados eternamente diante de Deus (Hebreus 10:10, "na qual vontade temos sido santificados pelo oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez."; 13:12, "E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta."). O cristão, pela morte de Cristo, não tem mais nenhum pecado entre ele e Deus. Nos lavados pelo sangue de Cristo, Deus não enxerga mais condenação (Jer. 31:34, "e nunca mais me lembrarei dos seus pecados"; Romanos 5:1, "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso senhor Jesus Cristo;"). Nos lavados pelo sangue de Cristo, não há mais sujeira (I Cor. 6:11, "E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus."; Apoc 1:5; 7:14). Os que são salvos por Cristo não têm mais maldição (Gal. 3:13, "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo se maldição por nós; porque está escrito: maldito todo aquele que foi pendurado no madeiro;"). Não existido mais condenação, sujeira ou maldição no salvo para com Deus, entendemos que o cristão é legalmente puro. Pela santificação legal somos postos numa posição santa diante de Deus. Em segundo lugar o cristão, pela santificação, é moralmente puro. Pela regeneração, o espírito do homem foi feito vivo para com Deus. Este espírito novo no homem é a nova natureza criada nele pelo Espírito Santo trazer o salvo estar em Cristo (II Cor. 5:17, "nova criatura é"). Essa nova natureza não pode pecar (I João 5:18). Essa nova natureza tem prazer na lei de Deus, a declaração moral de Deus (Sal. 1:2; 40:8; 119:72; Romanos 7:22). Tendo essa nova natureza o santificado é feito como Cristo (João 4:34, "Jesus disse-lhes: a minha comida e é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar sua obra"), e, por Cristo, estes cumpram toda a lei moralmente (Romanos 2:29). Essa nova natureza é alimentada pela Palavra de Deus (I Pedro 2:2), e pelo Espírito (Efés. 3:16), e pela qual o santificado "vê" Deus (Mat. 5:8). Pela santificação o Cristão é feito santo imediatamente, em sua natureza, diante de Deus. Diante dos Homens Diante de Deus, o salvo não têm mais maldição, porém, diante dos homens, o cristão cresce na santificação (Prov. 4:18, "mas a vereda do justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito"). Para entender melhor a santificação diante dos homens convém entender o que ela não é em comparação ao que é. Devemos entender que esta santificação diante dos homens, não é o melhoramento da carne. Mesmo que haja no processo da santificação diante dos homens uma manifestação cada vez menor da carne, a própria carne não melhora. A carne sempre tem o pecado habitando nela (Romanos 7:14-24). A carne sempre cobiça contra o Espírito (Gal. 5:17). O pecado da carne manifesta-se, mas, pela santificação, aprendemos a morrer à carne, porém a carne nunca fica livre do pecado. A impiedade essencial da carne é sempre latente (Simmons, p. 365). A santificação diante dos homens também não é uma a eliminação gradual do pecado na alma. Moralmente, o cristão já é puro diante de Deus alegrando-se, pelo homem interior, na lei de Deus (Romanos 7:22). A alma não tem mais pecado pois ela foi salva pelo sacrifício suficiente de Cristo. É a carne que continua com o pecado. O processo da santificação diante dos homens também não é a interrupção total dos ataques de Satanás. Enquanto Satanás viver, ele lutará contra tudo o que está em prol da glória de Deus. Temos que ainda lutar "contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Efés. 6:12; I Pedro 5:8, "o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;"). Pela santificação não tornamos um alvo menos importante ao Satanás. Pode ser que o contrário é verdadeiro. O processo da santificação diante dos homens é a alma do cristão fortalecendo-se mais na santidade. Hebreus 10:14, "pelo conhecimento renova ... segunda a imagem daquele que a criou" (Col. 3:10). A alma fortalecendo-se mais e mais na santificação, o propósito da salvação de conformar nos a imagem de Cristo (Romanos 8:29), é atingido. Pela santificação somos mais e mais vistos como "irmãos" de Cristo (Hebreus 2:11). Santificação diante dos homens é prática. O processo da santificação acontece no interior do cristão pelo Espírito Santo mas se revela externamente diante do mundo pela vida cristã do cristão. A santificação exterioriza-se na pregação de Cristo pelo viver da vida cristã publicamente (Hebreus 12:14, "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o senhor;"; Mat. 5:14-16, "Vós sois o sal da terra; ... Vós sois a luz do mundo; ... Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus"). A santificação diante dos homens não é uma opção mas uma conseqüência normal daquela nova natureza nascida no cristão. A santificação diante dos homem é experimental. O próprio cristão reconhece a obra da santificação na sua vida. O próprio cristão nota as mudanças nos seus desejos para com Deus, à Palavra de Deus, à oração, à santidade e à obediência (II Cor. 3:18, "Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória de Deus, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor"; Romanos 1:17, "porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: o justo ou viverá da fé"). O Cristão não pensa que já alcançou toda a perfeição mas reconheça que felizmente não é o que era e ainda deseja mudar mais (Fil. 3:12-14). A santificação diante dos homens é incompleta. O cristão sempre crescerá até o dia perfeito onde não há mais pecado presente, ou seja no céu (Prov. 4:18; Fil. 3:12). Nesta vida terrestre, com o pecado na carne e mesmo com uma crescente manifestação na vida da nova natureza com as suas vitórias sobre a carne, nunca chegaremos à perfeição completa. Essa perfeição completa-se somente na glorificação. Os Meios da Santificação Diante de Deus A santificação diante de Deus vem por Deus mesmo. "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes" (Tiago 1:17). Foi Deus que começou a boa obra em nós (Fil. 1:6; Efés. 1:3). A santificação diante de Deus vem pela obra do Espírito Santo. (I Cor. 6:11; II Tess 2:13; I Pedro 1:2). A santificação diante de Deus tem a morte de Cristo como base pela qual o Espírito Santo opera (I Cor. 6:11; Gal. 3:13; Apoc 1:5; 7:14). A santificação diante de Deus tem a fé como o meio pelo qual a alma se purifica (Atos 15:9; 26:18; I Pedro 1:22). A santificação diante de Deus tem na Palavra de Deus um meio pelo qual a fé opera (Romanos 10:17). Diante dos Homens A santificação do cristão diante dos homens vem de Deus (João 17:17; I Tess 5:23). A santificação diante dos homens vem pela obra do Espírito Santo (Romanos 15:16). Ele nos guia (Romanos 8:14), nos transforma (Romanos 12:2; II Cor. 2:18), nos fortifica (Efés. 3:16), e, faz-nos ter o fruto que agrada Deus (Gal. 5:22). A santificação diante dos homens tem a vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e sobre Satanás como a base pela qual o Espírito Santo opera (I Cor. 6:11; 15:55-57; Gal. 3:13; Apoc 1:5; 7:14). A santificação diante dos homens tem a Palavra de Deus como instrumento que Espírito Santo usa (João 17:17). A Palavra de Deus promove a obediência, previne e purifica-nos do pecado, nos reprova do pecado e causa-nos a crescer na graça (I Tim 3:16,17; Sal. 119:9, 11, 34, 43, 44, 50, 93, 104; Hebreus 5:12-14; I Pedro 2:2). A santificação diante dos homem tem a fé como meio pelo qual a palavra de Deus é eficiente (Gal. 5:22; Romanos 10:17). A santificação diante dos homem tem a nossa própria obediência como meio para nos santificar (Romanos 6:19). Como o exercício físico desenvolve o apetite para o alimento, pelo qual recebemos os elementos para produzir crescimento, o exercício espiritual desenvolve apetite para a Palavra de Deus, pela qual recebemos os elementos para o crescimento na graça (Sal. 1:2,3). A nossa obediência envolve a oração, a freqüência à igreja onde Deus tem o Seu ministério pelo seus ministrantes (Efés. 4:11,12), a observação das ordenanças do batismo e da ceia, o castigo e também as providências de Deus (a tribulação, a nossa personalidade, os nossos relacionamentos, as circunstâncias da vida, etc.). Essas coisas promovem a nossa santificação diante dos homens, não porque eles em si têm uma virtude, mas, como os outros meios, trazem-nos ao encontro com a verdade divina. Estando na presença do Divino somos fortalecidos a termos uma apreciação elevada de Deus e uma obediência mais completa. Essas atividades mostram as glórias de Deus em Cristo pela nossa vida. Deve ser lembrado: Os atos da obediência não têm graça neles separadamente, mas são meios pelo qual conhecemos Deus melhor, e conhecendo Ele melhor, somos santificados diante dos homens. Os Frutos Da Santificação A santificação do cristão não é algo estático ou neutro. A santificação produz evidências no interior do próprio cristão e também exteriormente diante o mundo. A santificação na vida do cristão produz interiormente uma consciência real da impureza latente na carne. Muitos são os santos na bíblia que lamentaram da sua impiedade mostrando-nos a realidade que mais santo que sejamos mais impuros sentimos (Jó 38:1,2; 40:3,4; 42:5,6; Isaías 6:3-5; Efés. 3:8; Fil. 3:12-15). A santificação na vida do cristão produz interiormente um desgosto crescente ao pecado. Com o processo da santificação, o cristão torna mais e mais como Cristo. Aquilo que o senhor odeia, o cristão santificado também odeia. Por isso o cristão odeia olhos altivos, a língua mentirosa, as mãos que derramam sangue inocente, o coração que máquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e aquele que semeia contendas entre irmãos (Prov. 6:16-19; Zac 8:17). Pelo processo da santificação o cristão cresce mais no temor de Deus. O temor de Deus odeia o mal, a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa (Prov. 8:13). Tanto mais que somos como Cristo mais odiemos o mal (Sal. 97:10). O crescimento no entendimento dos mandamentos do Senhor Deus faz que o cristão desgoste qualquer evidência de falso caminho (Sal. 119:104). Com a santificação, o cristão vê o pecado verdadeiramente pelo que é: inimizade contra Deus (Romanos 8:6; I João 3:4). A santificação na vida do cristão produz interiormente um crescimento na graça e num aprecio maior das coisas celestiais (Prov. 4:18; Sal. 119:101-113). Aquilo que Deus ama, o cristão santificado ama também. Por isso ele imerge-se mais e mais na oração, na Palavra de Deus, nos cultos públicos de adoração, na conformidade a Cristo no lar, nos pensamentos, nos estudos, no emprego, e na vida particular. Verdadeiramente o padrão moral de Deus é o que o cristão santificado ama mais continuamente (Sal. 119:113, "amo a tua lei"). A santificação na vida do cristão produz boas obras exteriormente diante do mundo (Efés. 2:10). Com uma nova natureza, o cristão torna-se a ser o sal da terra e a luz do mundo pelas suas boas obras (Mat. 5:13-16). Essas obras são boas, não por causa da sinceridade do cristão mas porque elas venham do coração regenerado (Mat. 12:33; 7:17,18; João 15:5); de amor para realizar a vontade de Deus (Deut 6:2; I Sam 15:22; João 14:15; I João 5:3); de desejo de glorificar somente a Deus (João 15:8; Romanos 12:1; I Cor. 10:31; Col. 3:17,23); de um coração cheio de gratidão (I Cor. 6:20; Hebreus 13:15) e, de uma fé verdadeira (Tiago 2:14,17,20-22). Como o cristão, quando ainda estava na carne, usou os seus membros para toda a imundícia, agora, com a nova natureza, usa os seus membros para servir à justiça para santificação (Romanos 6:19; 12:1,2). Reconhecendo que os frutos da santificação são muito além do que o homem pode produzir pelos esforços da carne, convém que a nossa espiritualidade seja examinada e provada pelo Senhor (Sal. 26:2; 139:23,24; II Cor. 13:5). Ai de nós se somos satisfeitos com aquilo que só agrada aos homens. Existem estes frutos na sua vida Cristã? O Perfeccionismo Há muitos que crêem que o cristão pode ser santificado diante dos homens nesta vida terrestre ao ponto de não ter mais pecado nenhum nas suas vidas. Os católicos, os pentecostais, os Wesleyanos, os Quakers, entre outros, crêem dessa forma (Berkhof). Os que preguem o perfeccionismo crêem que Deus quer que o cristão seja perfeito pois Ele mandou os Seus à perfeição (I Pedro 1:16; Mat. 5:48; Tiago 1:4) e, Ele nos dá o perfeito exemplo de Cristo para nós seguimos (I Pedro 2:21). TODAVIA, por Deus pedir à perfeição do cristão não quer dizer que o homem tem a capacidade disso. A Lei de Moisés foi dada por Deus e pediu obediência perfeita mesmo quando a carne era fraca pelo pecado para obedecer completamente a Lei de Moisés (Romanos 7:12-24; Atos 15:10). A Lei de Moisés foi dada ao homem ainda no seu pecado quando o homem não poderia entender coisas espirituais (I Cor. 2:15) nem estava com a capacidade a agradar Deus (Romanos 8:8). Por Deus pedir à perfeição do homem revela o desejo de Deus para o homem, não a capacidade do homem para com Deus. O que é destacado pelos mandamentos bíblicos para o homem ser perfeito é a sua responsabilidade viver uma vida reta, não a sua capacidade de viver tal vida. Os que preguem o perfeccionismo crêem que o perfeccionismo é possível pois a santidade e a perfeição são atributos dos cristãos nas Escrituras (Cantares 4:7; I Cor. 2:6; II Cor. 5:17; Efés. 5:27; Hebreus 5:14; Fil. 4:13; Col. 2:10). TODAVIA, a santidade e a perfeição não sempre querem significar que o cristão seja sem nenhum pecado. Como temos visto já na definição da palavra santificação, a santificação pode significar meramente separação para o serviço de Deus. Essa separação pode ser dias (Gên. 2:3), moveis ( Êx. 40:11), roupas (Lev 8:3), pessoas (Êx. 13:2; 19:10), sacrifícios (Êx. 29:27) ou lugares (Êx. 19:23; 29:43) para o serviço de Deus. Pelas pessoas serem separadas para o uso exclusivo do serviço a Deus não quer dizer que a vida moral delas era perfeita. A verdade é: diante de Deus, por causa do sangue de Cristo pela operação do Espírito Santo, o cristão é santo e perfeito, sem mancha ou ruga. Todavia, diante dos homens, o cristão tem lutas com a carne (Gal. 5:17). O apóstolo Paulo usa a palavra "santos" para referenciar-se aos cristãos (Fil. 1:1). Todavia, ele exorta os de fazer todos as coisas sem murmurações ou contendas visando o desejo de Deus que os Seus vivam testemunhos irrepreensíveis no mundo (Fil. 2:14,15). Se os cristãos já eram santíssimos, não seriam exortados a serem fiéis (Fil. 3:16-21; Col. 2:1-8). A palavra "perfeição" pode também significar: crescimento (I Cor. 2:6; Hebreus 5:14). Em este significado os santos devem zelar para a perfeição, pois seu crescimento na imagem de Cristo é o alvo da salvação (Romanos 8:29; II Pedro 3:18). A palavra "perfeição" pode também significar: ser prontos ou preparados para o serviço (II Tim 3:17). Em este significado os santos devem zelar para a perfeição amadurecidos na prontidão para viver por Ele. Os que preguem o perfeccionismo crêem que a bíblia mostram exemplos de santos que eram perfeitos (Gên. 6:9; I Reis 15:14; Jó 1:1). TODAVIA, as próprias vidas destes "santos" revelam imperfeições e fraquezas na fé (Noé, Gên. 9:20,21, "embebedou-se"; Rei Asa, I Reis 15:14, "Os altos, porém, não foram tirados"; Jó, Jó 3:13, "amaldiçoou o seu dia"). Aquele que Deus disse que era perfeito (Davi, I Reis 11:4) e os "santos" mais notáveis na bíblia caíram (Abraão, Gên. 12:13; Pedro, Mat. 26:69-75, Gal. 2:14), e alguns gravíssimos (Davi, II Sam 11:3,4; Salomão, I Reis 11:2,3). Quando Deus olhou desde os céus para o mundo para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus, Ele viu que não houve quem fizesse o bem, nem sequer um (Sal. 14:2,3; Romanos 3:10). É uma verdade que não há ninguém que não peca (I João 1:8; Ecl. 7:20; I Reis 8:46). Quando o Cristão morre, ele semeia o seu corpo "em corrupção", ignomínia e fraqueza como qualquer outro homem (I Cor. 15:42-44). Todos os cristãos reconhecem o fato: "tropeçamos em muitas coisas" (Tiago 3:2: Prov. 4:18) e são instruídos a confessarem os seu pecados (I João 1:8). Por causa dos santos terem imperfeições, tropeços e pecados, são disciplinados com a correção de Deus, da qual não teriam se foram já perfeito sem nenhum pecado (Hebreus 12:5-11 Deve ser notado que a correção não produz uma vida sem pecado, mas produz "um fruto pacífico de justiça", ou seja, uma vida que vive menos na carne e mais separada ao Senhor. Os que preguem o perfeccionismo crêem que os "nascidas de Deus" não pecam (I João 3:6-9; 5:18). TODAVIA, nessas passagens, as duas naturezas estão sendo comparadas. Está sendo ensinado que a natureza nova não peca (I João 5:18) e que a natureza velha ainda peca e vem do diabo (I João 3:8). Nessas passagens de I João, está sendo ensinado que as duas naturezas continuem no Cristão. O diabo sempre continua no pecado (João 8:44; I João 3:8), e o pecado ainda continua na carne do cristão (Romanos 7:18-24; Fil. 3:10-14). Deus sempre continua santo (Tiago 1:17; I João 5:18) e, pelo Espírito Santo, habita no Cristão (I Cor. 6:19; Col. 1:27). No homem Cristão, o pecado habita nele e faz ele pecar (Romanos 7:17,21,23). Pelos exemplos bíblicos das vidas dos cristãos (Jó 42:5,6; Sal. 51:1-4) e pelos ensinamentos de doutrina (Romanos 7:18-24; Gal. 5:17), somos assegurados que existe uma luta constante entre estas duas naturezas e sabemos que o cristão perde algumas das lutas (Berkhof, p. 539). Por isso o cristão é ensinado a confessar os seus pecados (Mat. 6:12: I João 1:9) como esses santos confessaram (Jó 9:3,20; Sal. 32:5; 130:3; 143:2; Daniel 9:16; Romanos 7:14). A perfeição é uma realidade diante de Deus por Cristo. Diante dos homens, nesta vida na terra, a perfeição absoluta é nosso alvo supremo, e isso, para a glória de Deus. Os que preguem o perfeccionismo inventaram a idéia que os pecados "involuntários", os movidos pelas emoções e desejos, não são pecados. Muitos querem ignorar as ações do pecado pelo corpo culpando os outros, o seu passado, as circunstancias no seu presente ou outra coisa qualquer, até as próprias emoções que temos. Como Adão e Eva reconheceram as suas ações erradas e jogaram a culpa das ações em outros (Gên. 3:12,13), muitos querem fazer ainda hoje. TODAVIA, mesmo que Davi foi manipulado pelos seus desejos pecaminosos a quebrar a lei, ele foi responsabilizado e culpado pessoalmente pelas suas ações de adultério e de homicídio (II Sam 12:7, "Tu és este homem"). Posteriormente, David lamentou seus atos e confessou que tinha pecado contra Deus nessas coisas (Sal. 51:1-5). Jesus ensinou que os desejos e pensamentos não conducentes a retidão, são pecado (Mat. 5:28). Devemos lembrar: Deus há de trazer a juízo toda a obra, e tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ecl. 12:14; Apoc 20:12,13). Se você desista de procurar um viver para a glória de Deus por pensar que nunca chegará ao grau de viver resistindo pecado, ou, se você pensa é melhor viver no pecado em vez de prosseguir para o alvo de glorificar o Salvador como Ele é digno de ser, você está manifestando um atitude não Cristão. O verdadeiro convertido reconheça o fato do pecado sempre presente, mas não desiste de participar na sua santificação por isso. O verdadeiro Cristão é miserável por ter o pecado tão perto dele (Romanos 7:24). O verdadeiro Cristão, quando vê que não alcançou a santificação desejada, prossegue para o alvo, "pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fil. 3:13,14). Não acomode-se com o pecado! Resiste ele! "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; por que já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus." (Col. 3:1-3). Pode ser que ainda não somos o que queremos ser, mas, graças a Deus não somos o que éramos. A Glorificação Romanos 8:28,29 O fim glorioso de todo o processo da salvação é para nós sermos feitos como Cristo para a glória de Deus (Romanos 8:28,29, "Para serem conformes à imagem de Seu Filho"). Este fim inclui a realidade de termos vida eterna na presença de Deus ao redor do trono (I Tess 4:17, "e assim estaremos sempre com o Senhor"). Este fim inclui também a nossa habitação eternamente nas mansões celestiais que estão sendo agora preparados (João 14:1-3). A realização desse maravilhoso fim da salvação chama-se teologicamente: a glorificação. A glorificação não é a presença somente da alma regenerada com Deus. A glorificação trata também da ressurreição e a transformação do corpo mortal em corpo imortal, o que é corruptível em incorruptibilidade, aquilo que é ignóbil em glória, aquilo que é fraco em vigor, aquilo que é natural em espiritual (I Cor. 15:42-44). Pela doutrina da glorificação tratar daquilo que é futuro, entendemos como classificar às passagens da bíblia que tratam da vida eterna como algo ainda a ser recebido no futuro (Mat. 25:46; Mar 10:30; Tito 1:2;3:7, "em esperança da vida eterna"). Elas estão tratando dessa fase da salvação chamada a glorificação. Na morte terrestre, o cristão é livrado da presença do pecado. Porém o corpo dele vê a corrupção, que é o fim do pecado (Romanos 6:23; Gên. 3:19). Quando a alma despede-se do corpo na morte, a alma goza da presença de Deus imediatamente sem mais lutar com o pecado (Luc. 23:43, "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso."; Apoc 14:13, "para que descansem dos seus trabalhos"; I Cor. 5:5, "o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus"; II Cor. 5:6,8, "enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor ... desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor."). Todavia, na ressurreição do corpo, a glorificação é completa, tanto da alma quanto do corpo. A glorificação fala da redenção do corpo do cristão, ou na ocasião da sua ressurreição (I Cor. 15:52-56; I Tess 4:16) ou na ocasião do seu arrebatamento (I Tess 4:17). Podemos comparar tudo que temos estudado até agora sobre a realização da salvação de vários ângulos T. P. Simmons explica (p. 380-382)
(Doctrine of Salvation, p. 128-130)
O propósito de toda a Palavra de Deus, da obra do Espírito Santo, da igreja e da providência na vida do cristão é fazer ele mais e mais como Cristo para Deus receber a glória (Romanos 8:29, "para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos.") Portanto a glorificação, sendo parte deste maravilhoso propósito é especificamente fazer-nos perfeitos na imagem de Cristo (Efés. 4:13, "à medida da estatura completa de Cristo"). Deus é sempre glorificado no Seu Filho (Mat. 3:17; 17:5; João 12:28). O homem perdeu a imagem espiritual de Deus quando o homem pecou no jardim do éden (Gên. 2:17; 3:6; I Cor. 2:14; Efés. 2:1,2). Pela fé na obra de Cristo, o pecador arrependido vê a sua regeneração e volta a ter a vida espiritual para com Deus. Todavia, até que ele tenha a última vitória sobre a morte, o pecador salvo habita num mundo amaldiçoado. O pecador salvo também é preso num corpo onde habita o pecado (Romanos 7:23,24). Este tempo no corpo é uma vivência de lutas (Gal. 5:17), de muitas tentações (I Cor. 10:13) e de constantes tristezas (Romanos 7:23,24, "Miserável homem que eu sou!"). Mas, um glorioso dia, na transformação do seu corpo mortal para um corpo imortal, os salvos serão feitos como Cristo na sua perfeita glória. Aquela glória que foi testemunhada no monte da transfiguração (Mat. 17:1-6; II Pedro 1:17,18); aquela glória que cegou Paulo no caminho para Damasco (Atos 9:3-8; 22:6-11); aquela glória que fez João cair aos pés dAquele semelhante ao Filho do homem como um morto (Apoc 1:17), é aquela glória que espera o cristão na sua glorificação. No momento da glorificação, todos os cristão serão feitos semelhantes a Cristo na Sua glória (I João 3:2,3). Nessa condição o salvo será como Cristo na Sua glória cumprindo assim o propósito inicial da salvação: Deus ser glorificado em Cristo. Nessa condição, o salvo sendo como Cristo, glorificará Deus eternamente sem barreiras nenhumas. O proveito de estudar essa doutrina Mesmo que não haja inúmeros versículos que tratam do assunto da glorificação pela Palavra de Deus em relação a outras doutrinas, há bom proveito em estudar o que a Palavra de Deus diz dessa doutrina.
Deus se glorifica somente na pessoa e obra de Cristo. Arrependa-se dos seus pecados e tenha a sua fé na obra de Cristo somente. Assim a sua fé estará segura eternamente como Cristo é eterno. Resumo: São esses os seis processos envolvidos na salvação: a regeneração, a conversão, a justificação, a adoção, a santificação, e a glorificação. Não existe um tempo perceptível entre o primeiro processo, a regeneração, e os outros três processos: a conversão, a justificação, e a adoção. Estes todos acontecem simultaneamente. Mesmo que não haja um tempo perceptível entre dos primeiros quatro processos envolvidos na salvação, existe um espaço perceptível de tempo entre o princípio do processo da santificação até o seu final na glorificação. Mas, mesmo assim, trata-se de uma pessoa regenerada, convertida, justificada e adotada. Portanto, não existe uma pessoa que é regenerada que não conhece os graus crescentes de santificação. A idéia que haja um espaço de tempo entre a experiência de conhecer Cristo como Salvador e a experiência de conhecer Cristo como o Senhor, é estranha aos ensinos da Palavra de Deus. Seria difícil achar no Novo Testamento um regenerado que não foi santificado. Os relatórios das pessoas convertidas no Novo Testamento chamaram imediatamente o seu Salvador de "Senhor", uma prova de santificação (a mulher cananéia, Mat. 15:21-28, "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim ... Senhor, socorre-me! ... Sim, Senhor, mas também ..."; os dois cegos de Jericó, Mat. 20:29-34, "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! ... Senhor, que os nossos olhos sejam abertos ... e eles o seguiram."; o pai do endemoninhado, Mar 9:24, "Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade."; "o publicano Zaqueu, Lucas 19:8, "Senhor, eis que eu dou aos pobres ..."; o malfeitor crucificado com Cristo, Lucas 23:42, "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino."; Saulo, Atos 9:6, "Senhor, que queres que eu faça?"; 22:10). Esses poderiam chamar de Cristo o "Senhor" pelo respeito da Sua pessoa sim, mas as suas vidas posteriores mostraram o fruto de ter conhecendo Jesus como Senhor desde o primeiro instante do processo da conversão. A idéia que existe uma segunda benção mais tarde na vida do cristão quando uma pessoa crente atinge um alto nível de amadurecimento espiritual, tornando se cheio do Espírito Santo a este ponto, é estranha aos ensinos da Palavra de Deus (Romanos 8:9). Devemos afirmar que existe o crescimento na vida do cristão pelo qual é amadurecida a sua vida em Cristo. Este crescimento chama-se a santificação. O crescimento não deve ser confundido com a regeneração, a conversão, a justificação, ou a adoção. O crescimento é prova do processo da santificação. Devemos também afirmar que sempre existe o pecado na vida do cristão apesar do seu grau de santificação (Romanos 7:18-24). A doutrina da santificação não quer ensinar que o cristão cessa de pecar antes de conhecer a glorificação. A santificação não deve ser confundida com a glorificação. Os primeiros quatro processos da salvação, a regeneração, a conversão, a justificação, adoção, acontecem simultaneamente. Assim que estes quatro processos acontecem, o quinto processo, a santificação do cristão diante do mundo, começa. Este processo continua até o processo da glorificação se revelar no céu. Não existe a possibilidade de uma pessoa ser regenerada mas não convertida; uma pessoa convertida mas não justificada; uma pessoa justificada mas não adotada ou uma pessoa adotada que não conhece a santificação. Todos que conhecem a regeneração, conhecerão a santificação. Todos que conhecem a santificação conhecerão a glorificação (Romanos 8:28-30; Fil. 1:6; II Tess 2:13-14; Sal. 138:8) O oposto também é correto. Se não conhecer a santificação na sua vida Cristã, é por não ser adotado ainda; se não conhece a adoção, é por não ser justificado; se não conhece a justificação, é por não ser convertido; se não foi convertido, é por necessitar a regeneração. Se estiver faltando a regeneração, clame a Deus ter misericórdia em salvar mais um pecador! Procure ver a sua responsabilidade a arrepender-se dos seus pecados e crer no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. Somente os que entram em Cristo pelo arrependimento e a fé conhecerão a salvação que finda com Cristo no céu (João 14:6). Como vai a sua obediência à Palavra de Deus? Está sendo feito conforme à imagem de Cristo continuamente? O Espírito Santo está guiando você em toda a verdade da Palavra de Deus? Examine-se pois se tenha o processo da santificação acontecendo na sua vida (II Cor. 13:5; Hebreus 12:14). Se você já conhece a regeneração, procure a cumprir a sua responsabilidade e santifica-se a si mesmo pelo poder do Espírito Santo à obediência da sua fé diante dos homens mais e mais para a glória de Deus em Cristo. Autor: Pastor Calvin Gardner |
A Salvação Realizada
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