O autor é um batista tradicional sem afetação nem conceitos modernos. Ele já viveu no espírito, e aprendeu muito com homens tais como Paulo, Augustinho, Bunyan, Gill, Fuller, Carey, Judson, Spurgeon, Graves, Jeter, Boyce, Strong, Caroll e Mullins. Ele está em comunhão com aqueles que escreveram nossas várias Confissões de Fé, como a de Londres, a de Filadélfia, e a de Novo Hampshire. Começamos nossa carreira de cristão, como muitos, nos ensinos do Arminianismo, mas com uma experiência interior que nos fez suscetível aos ensinos do Calvinismo. É preciso que se saiba que há dois e somente dois esquemas ou sistemas de graça divina, inalteravelmente opostos um ao outro e mutuamente exclusivos. Os dois sistemas representam as duas únicas maneiras de se olhar ao assunto da graça. Quer ou não usar o nome, isto não altera o fato de termos que ser Calvinistas ou Arminianos em nossas idéias quanto a este assunto. O Calvinismo defende a verdade que a salvação é do Senhor. O Arminianismo atribui a salvação aos méritos humanos. O primeiro defende a graça irresistível, o segundo defende a bondade inerente do ser humano. Os cinco pontos do Calvinismo são: eleição incondicional ou predestinação, redenção particular, depravação total, necessitando de graça; chamada eficaz ou graça irresistível e preservação ou perseverança dos salvos. E o autor não hesita em aliar-se a todos os cinco pontos. E sua aceitação dos mesmos não o faz negar a responsabilidade do homem nem ser negligente em seus esforços missionários. Se pudermos julgar pelas suas confissões de fé ou suas afirmações públicas, os líderes do Arminianismo são os Católicos, os Metodistas, os Discípulos de Campbell, os Batistas de livre arbítrio (seita diferente da maioria dos batistas), e muitos outros grupos menores. Julgando pelos mesmos princípios, os líderes do Calvinismo são os Batistas Missionários, os Batistas Anti-missionários, os Episcopais, os Presbiterianos, as igrejas reformadas e outras seitas menores. A verdade é, sem dúvida, muitos pregadores dos grupos Calvinistas, afastaram-se de sua fé histórica, e não mais ensinam o que juraram ensinar. Em muitos casos o credo é calvinístico e o pregador arminiano. A SOBERANIA DIVINA É UMA GRANDE DOUTRINA Algum tempo atrás lemos sobre alguém que pediu pelas "grandes doutrinas". Bem, a doutrina da soberania de Deus é uma grande doutrina. Ela é quase grande demais para tentarmos definir. Mas os dois textos no início deste capítulo (como também muitos outros) afirmam esta verdade. O pregador Spurgeon deleitava-se em proclamar esta grande doutrina e podia proclamá-la tão bem quanto qualquer outro que conhecemos. O leitor fará bem em considerar diligentemente o seguinte parágrafo escrito por esse príncipe entre os pregadores: "Não existe atributo de maior conforto aos Seus filhos que o da soberania de Deus. Nas condições mais adversas, em provações mais severas, eles crêem que a soberania ordenou as aflições, que a soberania os governa, e que a soberania os santificará. Ao mesmo tempo não há doutrina tão odiada pelos mundanos, doutrina tão maldita, quanto esta grande, estupenda, tão certa doutrina da soberania de Deus. Os homens permitem que Deus esteja em qualquer lugar menos no Seu trono. Permitem que Ele esteja em Sua instituição de caridade dispensando esmolas e outorgando bênçãos. Eles permitem que fique em sua oficina modelando mundos e fazendo estrelas. Eles permitem que Ele sustente a terra e os pilares dela, ou os luminares dos céus, ou que Ele governe sobre as ondas do incansável mar; mas quando Deus ascende ao Seu trono, Suas criaturas rangem os dentes e quando proclamamos um Deus entronizado e Seu direito de fazer como bem quiser com os seus, dispor de Suas criaturas se quiser sem consultá-las sobre o assunto, então é que somos desprezados e amaldiçoados, então é que os homens se fazer de surdos, pois o Deus entronizado não é o Deus que amam. Mas é o Deus entronizado que amamos pregar. É no Deus entronizado que confiamos". Ó, se encontrássemos um Spurgeon hoje para alcançar as multidões com esta verdade que honra a Deus e torna o homem humilde! Deus não é nada mais que um homem grande, para muitos, e para muitos nem isto Ele é. Na antigüidade Deus reclamou a um Israel apóstata: "pensavas que era como tu". Salmo 50:21. Este é o problema hoje, o conceito do povo em relação a Deus é humano demais. E acreditamos que isto é responsável pela grande irreverência em muitas congregações dos dias atuais. "Deus é muito formidável na assembléia dos santos, e para ser reverenciado por os todos que o cercam. Ó Senhor Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Tu dominas o ímpeto do mar; quando as ondas se levantam, tu as fazes aquietar". Salmo 89:7-9. O SIGNIFICADO DE SOBERANIA Define-se a Soberania de Deus como o exercício de Sua supremacia. Deus é o Ser supremo e independente. Somente Ele, em todo o universo, tem o direito e o poder de fazer absolutamente o que Lhe agrada. Não há perigo de Deus perder Seu trono, nem precisa da permissão de ninguém para reinar. Ele é o único que tem o direito de agir para Sua própria glória. A soberania de Deus significa que Ele faz o que Lhe arada. Deus tem controle sobre tudo de acordo com Sua vontade e para o louvor de Sua glória. Ele até faz com que a ira do homem O louve, e aquele que não O louva, Ele não permite. Salmo 76:10. Não há alternativa entre um Deus absoluto e soberano e Deus nenhum. Certo homem escreveu que acreditava que Deus era soberano, mas não absoluto. Certa senhora falou sobre dois seres supremos. Mas cremos num Deus soberano, cuja vontade não está sujeita ao veto de Suas criaturas. Em seu poema: "Sempre Haverá Deus". Albert Leonard Murray O descreve como Soberano. Não se pode destruir Seu templo. Nem Seu trono dinamitar, Nem bombardear Sua cidade. Nem o que é dEle roubar. Não se pode leva-lO cativo. Nem surdo e cego O tornar. Nem ameaça-lO para que Se renda. Nem Suas idéias mudar. Não se pode causar-Lhe pânico. Nem Seus suprimentos bloquear. Nem feri-lO com mentiras. Nem o Seu reino tomar. Mesmo que o mundo se acabe, Sua verdade, eterna será. Suas leis são poderosas. Um pai Ele será. Podem vir guerras e lutas, Desprezo e perseguição. Deus sempre existirá. Sabemos com convicção. SOBERANIA NA CRIAÇÃO Deus agiu como Soberano em Sua obra da Criação. Ele não criou nada por necessidade, mas unicamente por Seu prazer soberano. E, ao criar, era livre para fazer o que era do Seu agrado. Não criou por causa das criaturas, pois a criatura deve existir para seu Criador e não o Criador para a criatura. Provérbios 16:4. Romanos 11:36. Apocalipse 4:11. SOBERANIA NA ADMINISTRAÇÃO Deus é Rei Soberano em Seu universo. Ele está no controle de tudo, de todos, dos demônios e de Satanás. Ele reina em todo lugar como Lhe apraz. Não precisa pedir conselho a ninguém. Controla e dirige o reino da natureza. As Escrituras raramente usam a expressão "chove", antes lemos que Deus manda a chuva. Mateus 5:45. Atos 14:17. Jó 28:26. A Bíblia não atribui o retorno das estações às leis da natureza; entretanto ela diz que Deus muda os tempos e as estações. Daniel 2:21. Jó não falou de sua doença como sendo a causa de morte, mas olhou para Deus e disse: "Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento determinada a todos os viventes". Jó 30:23. Em face de muitos inimigos que procuravam tirar-lhe a vida, Davi clamou ao Senhor dizendo: "Os meus tempos estão em tuas mãos". Salmo 31:15. E existem exemplos do controle de Deus e Sua direção sobre as criaturas irracionais. Ele fechou a boca dos leões para que não ferissem a Daniel. Ele fez o galo cantar no exato momento em que disse que o faria. Ele fez as vacas deixarem as crias, algo contra as leis da natureza, e dirigirem-se a Israel levando a arca de Deus. 1 Samuel 6:12. Deus também controla os homens, sejam eles bons ou maus, individual ou coletivamente. Sobre os ímpios, Ele exerce o poder de refrear. Ele não permite que façam tudo o que a sua natureza gostaria de fazer. Deus disse a Abimeleque: "Eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la". Gênesis 20:6. Quantas vezes se diz que Deus não infringirá no livre arbítrio do homem. Mas se Deus não houvesse controlado o coração de Abimeleque, esse rei pagão teria ofendido a Sara. Sim, "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; que o inclina a todo o seu querer". Provérbios 21:1. Deus estava controlando e dirigindo a vontade de Ciro, rei da Pérsia, quando ele ordenou a construção do templo em Jerusalém. Esdras 1. Deus estava controlando e dirigindo Tito e seu exército na destruição de Jerusalém. A Bíblia o chama de "seus exércitos" em Mateus 22:1-7. SOBERANIA NA SALVAÇÃO Com isto queremos dizer que Deus não era obrigado a salvar Suas rebeldes criaturas. Este Seu propósito de salvar foi completamente uma dádiva para o louvor de Sua graça. Ele poderia mandar todo pecador ao inferno e continuar sendo absolutamente justo. A salvação não pode ser de graça e por dádiva ao mesmo tempo. Romanos 4:4. A soberania na salvação também implica que Deus salva quem Ele desejar. "Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer". Romanos 9:18. "Não foi por obra minha, nem de minha escolha, mas Tu, Senhor por graça, trouxeste-me à tua vinha". SOBERANIA NA CURA FÍSICA Cremos sinceramente na cura divina, mas não temos paciência nem respeito por homens que se dizem curadores divinos. Toda cura é divina seja com ou sem remédio. Geralmente Deus usa o método de abençoar o meio da cura que temos, mas às vezes Ele cura sem a medicina. Ainda mais, Ele cura alguns e deixa outros na cama de enfermidade ou os leva mesmo à morte. Jó 30:23. Ele é soberano tanto no como, quanto em quem é objeto de Sua cura. Nos dias dos milagres públicos, Paulo tinha o dom de curar, mas nem sempre podia exercer este dom. Em Atos 19:10, lemos de milagres trazidos pelas mãos de Paulo, de maneira que pessoas foram curadas por lenços tocados por seu corpo; mas em 2 Timóteo 4:20, lemos que ele teve que deixar Trófimo doente em Mileto. Isaías passou uma receita duma pasta de figos para a enfermidade de Ezequias e Deus abençoou sua cura. Paulo receitou um pouco de vinho para o estômago de Timóteo. Deus cura a quem, de maneira como, e quando, Ele quer. Um doente que é salvo deve orar, "Se for da tua vontade, Ó Deus, cura-me". Talvez seja da Sua vontade que esteja doente para o seu bem e para Sua honra e glória. Talvez Ele queira deixar o espinho na carne para o louvor da suficiência de Sua graça. Mesmo a ordem e a segurança da criação dependem da soberania divina. Se Deus não estiver no controle, operando segundo o conselho de Sua vontade, então uma crise desastrosa jaz à nossa frente! Autor: C. D. Cole Revisão 2004: David A Zuhars Jr |
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